A velhice!
Quando
exercia o ministério presbiteral, costumava perguntar para minha comunidade:
quem gostaria de ir para o céu? Todos levantavam a mão e depois perguntava quem
desejava morrer? Ninguém se pronunciava. Quem quiser ir para o céu, tem que
morrer! Da mesma forma, todos desejam viver por muito tempo, mas ninguém quer
ficar velho, a velhice só incomoda aqueles que se esqueceram de cultivar a
alma. No dia 27 comemorei mais um ano de muitas bênção. Assim, passei o dia reflexivo e em oração. Foram estas reflexões, que deram origem a este texto.
Os
poetas falam destes assuntos de forma que traduz no fundo da nossa alma o que
estamos sentindo “Você lembra, lembra
Daquele tempo. Eu
tinha estrelas nos olhos. Um jeito de herói. Era mais forte e veloz. Que
qualquer mocinho. De Cowboy”.
Não
podemos esquecer que a velhice com qualidade de vida depende das atitudes e
escolhas que fazemos. Simone de Beauvoir nos diz que a velhice não é um fato
estático; é o resultado e o prolongamento de um processo. Em que consiste este
processo? Em outras palavras, o que é envelhecer? Esta ideia está ligada à
ideia de mudança e acrescenta: “O tempo é irrealizável. Provisoriamente, o
tempo parou pra mim. Provisoriamente.
Mas
eu não ignoro as ameaças que o futuro encerra como também não ignoro que é o
meu passado que define a minha abertura para o futuro. O meu passado é a
referência que me projeta e que eu devo ultrapassar”.
Diante de todas
estas constatações, prefiro ficar com as palavras do poeta:
É!
Talvez eu seja
Simplesmente
Como
um sapato velho
Mas
ainda sirvo
Se
você quiser
Basta
você me calçar
Que
eu aqueço o frio
Dos
seus pés
Padre
Carlos!
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