O país dos Sergios e Deltans da vida
Daqui a uns anos - quando
a História puder ser contada, veremos que aquilo que alguns denunciavam como
foi o caso do jornalista Glenn Greenwald, do Intercept, a respeito da força
Tarefa contra a corrupção - facilmente se perceberá que o Brasil viveu um dos
seus momentos mais tenebrosos no que diz respeito à falta de imparcialidade e
que definitivamente despida da toga a justiça se vestiu com a pele de
justiceiro, isto, devido às suspeitas da forma como foram geridos alguns dos
processos da Operação como
começa a ser revelado pelo site The Intercept.
Já assumir funções na
vida pública, onde tive que assinar vários documentos referentes ao
funcionamento dos órgãos: sejam folgas de funcionários, planilhas, entrada de
novos funcionários e por aí fora. Não deve haver, seguramente, nenhum documento
importante assinado por mim que não me lembre dele, mesmo que tenha sido há
mais de 15 anos. É óbvio que não me refiro aos documentos de gestão diária, mas
sim os mais importantes. Diante disto é muito estranho saber que o ex-juiz Sergio
Mouro, não se lembra de conversas com os procuradores da Lava-Jato e não reconheça, mais uma vez, a autenticidade de um material
que ele diz não ter mais. Segundo ele, o que se tem presente é que não tem nada
ali de conteúdo ilícito e acrescentou: “Vamos
esclarecer que, na tradição jurídica brasileira, é comum que juízes falem com
procuradores, é comum que juízes falem com advogados”, afirmou. “Isso são
coisas absolutamente triviais dentro do cenário jurídico”. O pior é que
nos diálogos que o Ministro diz que é trivial, há violação da Constituição, do
Código de Processo Penal e do Código de Ética da Magistratura. Há uma violação
imensa na legalidade da tradição jurídica brasileira
O que está vindo a
Público é como o ministro se comportou, ele como juiz, foi "sócio
da acusação" nas supostas conversas divulgadas pelo siteThe Intercept. Tudo isto veio
confirmar aquilo que a defesa do Presidente, já vinha denunciando: a falta de
imparcialidade no processo de Lula.
O ex-juiz, que tem uma
mente brilhante, infelizmente canalizou toda esta sabedoria para o seu projeto
de poder, se for confirmada as conversas, poderemos então afirmar que toda a
força Tarefa tinha uma única função, conduzir seu maestro ao Palácio do Planalto.
Todos aqueles que têm
tido ataques de amnésia quando são questionados sobre as conversas divulgadas pelo
site The
Intercept, têm de ser lembrado do mal que fizeram ao país. Mouro e Deltan vão
voltar a falar com o Parlamento e se provar que mentiu então o Ministério
Público tem de entrar em ação, mas qual Ministério Público? É bom lembramos que não são só estes os atores
e figurantes desse período tenebroso da nossa História, a operação tem muitos
tentáculos. É conhecida a aliança entre os órgãos no que diz respeito às
grandes investigações, mas esperemos que ainda haja respeito à Constituição e
que o combate à corrupção passe a ser o verdadeiro objetivo.
Padre Carlos
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