O PT e a reforma da Previdência
Depois
de o PT ser derrotado no segundo turno por Jair Bolsonaro, havia a expectativa
de que o partido com suas lideranças conseguiriam se organizar politicamente
para contrapor solidamente ao novo governo. É normal que forças políticas
enfrentem dificuldades depois de uma mudança tão expressiva no cenário das
casas como aconteceu com a vitória de extrema direita. O PT não está sozinho
nesse barco, os partidos de oposição e até alguns da situação também enfrentam
o mesmo problema. Acostumado a polarizar com uma direita mais politizada e com
um projeto menos autoritário, as forças de esquerda passaram a ter dificuldades
em entender este momento político. Mas, seis meses depois da posse presidencial,
o que se viu no plenário, foi um conjunto de parlamentares sem um projeto e sem
capacidade de negociar e apresentar uma proposta alternativa aos projetos do
governo. Não é de se admirar que
os principais problemas enfrentados por Bolsonaro sejam causados pelo próprio
presidente ou por integrantes de sua própria equipe ou por grupos políticos
próximos do seu campo ideológico, como é o caso dos integrantes do Centrão.
O
PDT de Ciro Gomes, e o PSB ainda se organizaram para discutir o tema e tentar
apresentar alternativas, esta era a verdadeira oportunidade que tínhamos de
demostrar nossa capacidade de liderar o processo e provar porque somos a
grande força hegemônica da esquerda brasileira, mas não incentivamos e pior, os
deixamos desembarcarem da iniciativa.
Passamos
junto com o PSOL e PCdoB a assumir uma posição refratária à discussão. Assim,
sem uma proposta alternativa e enfrentando resistência nos debate por setores
corporativos contrários às mudanças, como é o caso de policiais, professores e
servidores, ficamos mais expostos. Os partidos do Centrão vinham verbalizados
com muita mais veemência suas queixas contra as propostas e não tivemos
competência de trabalhar uma proposta alternativa.
Assim,
temos que sair desta inercia e vislumbrar um projeto alternativo que nos
qualifique como oposição para que nas próximas eleições estejamos afinados com
os desejos do eleitor, sejam as municipais no ano que vem, ou as estaduais e
nacionais de 2022.
Não
estamos aqui querendo que o PT abandone a luta pela libertação do nosso maior
ator político. Mas devemos estar preocupado em tentar construir algum projeto
de poder capaz de responder ao atual governo. Por enquanto, foram só seis
meses, não vamos dormir os quatro anos.
Padre Carlos
Padre Carlos
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