terça-feira, 2 de julho de 2019

ARTIGO - O uso do cachimbo deixa a boca torta ( Padre Carlos)



O uso do cachimbo deixa a boca torta


            Todos nós conhecemos bem o ditado popular que dá título a este artigo: “o uso do cachimbo deixa a boca torta”. Talvez o que poucos percebam é a profundidade das interpretações decorrentes dele. ... A questão que está colocada não se refere ao cachimbo e à boca, mas a hábitos que geram problemas.
            Pois bem, vamos direto ao assunto. Em uma das muitas viagens a Portugal, o ex-juiz Sergio Mouro, chamou um conhecido político português, de crimino, por esta sendo acusado de corrupção.
    
        O que o atual ministro não sabe, é que na Europa não se pode apelidar de “criminoso” na praça pública sem que a sua sentença tenha transitado em julgado (sem que se saiba até se vai haver julgamento), é outra coisa completamente diferente. Caso o juiz Sérgio Moro tenha esquecido, num Estado de direito existe a presunção de inocência. A menos que…
            A menos que Sérgio Moro tenha definitivamente despido a toga de juiz para se vestir com a pele de justiceiro, uma suspeita que a forma como geriu alguns processos da Operação Lava Jato como começa a ser revelado pelo site The Intercept.
            Sérgio Moro tem toda a legitimidade em defender as suas ideias sobre as virtudes do sistema penal brasileiro. Pode até ressaltar a dignidade do seu cargo e pelo prestígio que acumulou ao acelerar o julgamento de Lula para impedir a sua recandidatura, ao produzir uma condenação que muitos observadores internacionais consideram ser forçada face à fragilidade das provas, ao aceitar ser ministro do mais polémico presidente do Brasil das últimas décadas, Moro seria sempre bem-vindo a Portugal para fazer a apologia das suas ideias de justiça.
   
         Porém, o que disse sobre Sócrates foi muito para lá do tolerável e tornou-o uma persona non grata em Portugal.

Padre Carlos



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