segunda-feira, 15 de julho de 2019

ARTIGO - O primeiro poder da República ( Padre Carlos )




O primeiro poder da República
           

            Vivemos tempos desafiadores na política e na economia nacional, com repercussões nos vários setores da sociedade. Desafios decorrentes de muitos fatores que tem deixado à democracia brasileira e ao sistema políticos e a comunidade jurídica bastante preocupada
                O debate político fica mais pobre quando as palavras perdem o sentido que sempre tiveram, quando perde espaço nos meios de Comunicação Social e ganha nas redes sociais, quando nas televisões passa a ser ignorada e colocada de forma sutil para debaixo do tapete. O debate nas páginas dos jornais, na televisão e na rádio também se simplifica e não deixa de ter um víeis ideológicos é natural que ele ganhe maior intensidade nas redes sociais, devido à forma democrática do espaço, onde a força do capital e os interesses não tem como monopolizar as plataformas.
            As mídias não são mais o quarto poder. É o primeiro. E infelizmente é cada vez evidente a participação de alguns órgãos de imprensa em tudo que aconteceu no país nos últimos tempos. Não podemos negar, que as ‘mentiras’ que divulgaram até à exaustão não só definiram uma pauta, como também influenciaram os destinos da política e da economia brasileira. As mentiras que encantaram as elites suplantaram as verdades em nosso país
      
      Ser jornalista é fazer perguntas e exercer a profissão é uma responsabilidade, isto é não defender os interesses das corporações de comunicações. Temos que te clareza, que assumir uma posição como esta, é muito mais do que participar numa conversa no sofá. Seja com  William      Bonner e Renata Vasconcellos no (JN) ou Celso Freitas e Adriana Araújo (Record), é sempre obrigatório ter em conta que não é de jornalismo que estamos falando e sim da linda editorial e as formas ideológicas que as grandes corporações das comunicações têm empreendido em nosso país.
Quando as redes de comunicações julgam possível fazer jornalismo sem jornalistas, os poderosos acedem com livre-trânsito ao espaço mediático e a política deixa de ser a coisa mais nobre, que procura combater as desigualdades para servir os interesses corporativos e de quem financia sua programação.
Um dos vários erros táticos que temos que admitir é que nunca assumimos uma briga frontal contra os meios de comunicação antinacionais e antipopulares, em especial a Rede Globo. Já a Direita, assistimos segunda análise da Folha de S. Paulo, que Bolsonaro pretende, com a Record, ter a sua “Fox News”, isto é, um meio de comunicação que apoie o seu governo e o projeto de poder que tem em mente. Essa aliança já teria gerado demissões e morte entre jornalistas. Ricardo Kotscho e Paulo Henrique Amorim foram atingido.  Diante de todos estes acontecimentos eu me pergunto: porque fomos incapazes sequer de construímos paralelamente nossas redes alternativas de comunicação?
            Podemos dizer que este foi o risco que tivemos que pagar pela qualidade da democracia e por valores como a liberdade de opinião e de informação? Estamos todos de acordo?
            Em nome de muitas gerações que defenderam e lutaram durante anos para preservar o Estado de direito democrático: a separação de poderes, os direitos, liberdades e garantias, a integridade e a transparência, a ética e a moral públicas e republicanas é que levanto todas estas questões: qual o papel da mídia nos desmandos do judiciário e quais as responsabilidades que certas empresas de comunicação tiveram em alimentar tal projeto de poder.
            Mas é preciso que estes valores sejam temperados com outros, capazes de equilibrar este poder mediático. Quando uma empresa de comunicação resolve ‘massacrar’ nas redes sociais, um cidadão, um renomado político, termina em poucos dias ou horas, destruindo carreiras políticas e reputação construída ao longo de toda uma vida de trabalho. Quando divulga informações que correm sobre segredo de Justiça, esta criando uma rede e alimentando ações criminosas. Ninguém questionou durante todos estes ano em que esta empresa com seus furos de reportagem, agrediram a integridade e a vida pessoal, familiar e profissional destas pessoas. Diante de tudo isto, temos hoje várias vítimas e não sabemos a quem atribuir ou culpar. Muitas que foram ‘esmagada’ e esbulhada da sua dignidade, injustamente e em nome de vinganças, invejas e ajustes pessoais, políticos, sociais, etc. 

Não podemos esquecer que a Constituição prevê, em seu Artigo 220, a mais ampla liberdade de expressão de pensamento, que defendemos ferrenhamente. Agora, o mesmo item que trata da comunicação social, proíbe a existência de oligopólios e monopólios na comunicação. Nós deveríamos ter insistindo para regulamentar [de acordo com] a Constituição no que diz respeito a esses artigos. Considero essa uma das mais importantes reformas que deixamos de fazer, ao lado da reforma política.

Padre Carlos


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