O primeiro poder
da República
Vivemos
tempos desafiadores na política e na economia nacional, com repercussões nos
vários setores da sociedade. Desafios decorrentes de muitos fatores que tem
deixado à democracia brasileira e ao sistema políticos e a comunidade jurídica
bastante preocupada
O debate político fica mais pobre quando as palavras
perdem o sentido que sempre tiveram, quando perde espaço nos meios de
Comunicação Social e ganha nas redes sociais, quando nas televisões passa a ser
ignorada e colocada de forma sutil para debaixo do tapete. O debate nas páginas dos jornais, na televisão e na rádio
também se simplifica e não deixa de ter um víeis ideológicos é natural que ele
ganhe maior intensidade nas redes sociais, devido à forma democrática do
espaço, onde a força do capital e os interesses não tem como monopolizar as
plataformas.
As mídias
não são mais o quarto poder. É o primeiro. E infelizmente é cada vez evidente a
participação de alguns órgãos de imprensa em tudo que aconteceu no país nos
últimos tempos. Não podemos negar, que as ‘mentiras’ que divulgaram até à
exaustão não só definiram uma pauta, como também influenciaram os destinos da
política e da economia brasileira. As mentiras que encantaram as elites
suplantaram as verdades em nosso país
Quando as redes de comunicações julgam possível fazer
jornalismo sem jornalistas, os poderosos acedem com livre-trânsito ao espaço
mediático e a política deixa de ser a coisa mais nobre, que procura combater as
desigualdades para servir os interesses corporativos e de quem financia sua
programação.
Um dos
vários erros táticos que temos que admitir é que nunca assumimos uma briga
frontal contra os meios de comunicação antinacionais e antipopulares, em
especial a Rede Globo. Já a Direita, assistimos segunda análise da Folha de S. Paulo, que Bolsonaro
pretende, com a Record, ter a sua “Fox News”, isto é, um meio de comunicação
que apoie o seu governo e o projeto de poder que tem em mente. Essa aliança já
teria gerado demissões e morte entre jornalistas. Ricardo Kotscho e Paulo
Henrique Amorim foram atingido. Diante de todos estes acontecimentos eu me
pergunto: porque fomos incapazes sequer de construímos paralelamente nossas redes
alternativas de comunicação?
Podemos
dizer que este foi o risco que tivemos que pagar pela qualidade da democracia e
por valores como a liberdade de opinião e de informação? Estamos todos de
acordo?
Em
nome de muitas gerações que defenderam e lutaram durante anos para preservar o
Estado de direito democrático: a separação de poderes, os direitos, liberdades
e garantias, a integridade e a transparência, a ética e a moral públicas e
republicanas é que levanto todas estas questões: qual o papel da mídia nos
desmandos do judiciário e quais as responsabilidades que certas empresas de
comunicação tiveram em alimentar tal projeto de poder.
Mas
é preciso que estes valores sejam temperados com outros, capazes de equilibrar
este poder mediático. Quando uma empresa de comunicação resolve ‘massacrar’ nas
redes sociais, um cidadão, um renomado político, termina em poucos dias ou
horas, destruindo carreiras políticas e reputação construída ao longo de toda
uma vida de trabalho. Quando divulga informações que correm sobre segredo de
Justiça, esta criando uma rede e alimentando ações criminosas. Ninguém
questionou durante todos estes ano em que esta empresa com seus furos de
reportagem, agrediram a integridade e a vida pessoal, familiar e profissional
destas pessoas. Diante de tudo isto, temos hoje várias vítimas e não sabemos a
quem atribuir ou culpar. Muitas que foram ‘esmagada’ e esbulhada da sua
dignidade, injustamente e em nome de vinganças, invejas e ajustes pessoais,
políticos, sociais, etc.
Não
podemos esquecer que a Constituição prevê, em seu Artigo 220, a mais ampla
liberdade de expressão de pensamento, que defendemos ferrenhamente. Agora, o
mesmo item que trata da comunicação social, proíbe a existência de oligopólios
e monopólios na comunicação. Nós deveríamos ter insistindo para regulamentar
[de acordo com] a Constituição no que diz respeito a esses artigos. Considero
essa uma das mais importantes reformas que deixamos de fazer, ao lado da
reforma política.
Padre
Carlos
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