quinta-feira, 25 de julho de 2019

ARTIGO- Unidade e Responsabilidade ( Padre Carlos )


Unidade e Responsabilidade



            O Partido dos Trabalhadores é hoje o maior partido de esquerda da América Latina e tem como origem e identidade os partidos de massa. Podemos afirmar que estes partidos de massas, vieram especialmente a partir da expansão do sindicalismo e das grandes lutas contra o liberalismo e a expansão do capitalismo no séc. VXIII.  Eles nasceram quando grandes contingentes da população perceberam que só conseguiriam atingir metas comuns e alcançar reivindicações através da participação política estruturada. Cresceram com a força da militância e foram protagonistas de grandes transformações na Europa.
            Por que fiz esta introdução? Foi para afirmar que até o final da década de setenta do século passado, não havia no Brasil um partido com estas características e para afirmar que nunca houve em nossa história, um partido que tivesse uma identificação tão forte com o povo como o PT. Digo isto, porque as condições de seu surgimento e consolidação foram únicas e não se repetirão. Como ensinavam os clássicos, os fatos históricos, quando acontecem pela segunda vez, torna-se farsa.
    
        Assim, o PT nunca se definiu como partido revolucionário, nem mesmo um reformista. Sua ação política, marcada pelo pragmatismo, na busca de construir no cotidiano o acordo e o consenso, para fazer um grande pacto com a sociedade e as classes que a compõe. Foi este esforço e determinação das suas lideranças que proporcionou o crescimento da economia e tirou milhões de pessoas da linha da extrema pobreza e da miséria. É preciso que se deixe claro, que o Partido dos Trabalhadores, não veio para derrubar os muros, mas para abrir o portão do condomínio e colocar o máximo de gente pra dentro.             Porém, os acontecimentos que levaram a chegada de uma direita fascista no Brasil, cortando todas as conquistas dos trabalhadores e impondo uma derrota nas urnas e nas instituições, chama atenção de toda a esquerda para a busca de uma unidade como forma de sobrevivência. Assim em Vitória da Conquista não poderia ser diferente. A derrota do projeto da Frente Conquista Popular em Vitória da Conquista na ultima eleição, chama atenção da direção do partido e dos filiados para a responsabilidade de conduzir estas eleições internas e evitar todo e qualquer conflito que venha produzir um "racha" inconciliável no PT local. Temos que fazer a lição de casa e agir com sabedoria e discernimento e mostrar aos filiados e a sociedade, como o partido está unido e preparado para as eleições de 2020.
    
        Não podemos negar que as negociações por uma chapa de unidade tem se desenvolvido dentro de um ambiente bastante civilizado, mas não basta tentar é preciso ter vontade política para avançar nas negociações. Não podemos desistir, as tentativas de consenso destinadas a evitar um bate chapa no PED não podem fracassar! Como dirigente partidário, não podemos jamais esquecer que a verdadeira política é arte que se vale do diálogo para encontrar as soluções mais adequadas ao bem comum, a partir da argumentação, de compreensões lúcidas sobre a realidade e futuro do nosso projeto.                                 


Padre Carlos



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