“A pior ditadura é a ditadura do Poder
Judiciário”
Em
meados da década de trinta do século passado, em uma sala escura onde a justiça
não conseguiria penetrar, a nossa maior Corte de Justiça, cometeria um dos
maiores crimes contra um ser humano. Foi no Rio de Janeiro, num Brasil sob o
Estado Novo de Getúlio Vargas, os ministros do STF não conheceram o Habeas
Corpus impetrado em favor de Maria Prestes, nome de casada de Olga Benário. Por
ser esposa de um brasileiro e por isto, ter direito a cidadania, ela jamais
poderia ser entregue aos nazistas e, além disso, Olga se encontrava grávida do
líder comunista Luis Carlos Prestes. Desta forma, os Ministros daquela Corte,
entraram para a história como os carrascos a serviço do nazi-fascismo. Dante de
total cumplicidade dos magistrados brasileiros, ela foi extraditada para a
Alemanha nazista com a salvaguarda do Supremo e morta num campo de concentração
aos 34 anos, depois do nascimento de sua filha, a brasileira Anita Leocádia.
Tal
reflexão trazida por Rui Barbosa, que já era pertinente em sua época, está mais
atual do que nunca e certamente ainda, se fará como vanguarda do perene atraso
democrático, pelo qual os brasileiros amargarão por um considerável período no
futuro. Acho que tudo isso que está acontecendo em nosso país é muito perigoso.
O cinismo que campeia em nosso sistema de justiça criminal acaba
deslegitimando-o e trazendo com esta postura uma situação de medo e pavor com
relação à justiça. O Estado de Direito está sendo desrespeitado flagrantemente.
Tal situação denota há muito, uma
casta de magistrados preocupada apenas, ora em agradar a plateia com decisões
recheadas com frases de efeito, arroubos e rompantes populistas (que beiram a
demagogia política), ora em garantir seus privilégios, preservando pessoas às
quais potencializam situações em que nossos juízes se vejam até mesmo, de alguma
forma constrangidos ou preocupados com suas imagem e carreiras na magistratura.
E agora estamos sob o impacto das
revelações da Vaza Jato, que está colocando em xeque a desgastada imagem do STF.
Como
cidadão também não pode fechar os olhos para o comportamento que o Ministério
Público Federal, tem demostrado. Sua capacidade de perseguição a algumas
lideranças populares é surpreendente e o que mais preocupa a todos que defendem
os direitos humanos, é ver a inercia do estado em face da barbárie praticada
contra o preso Sérgio Cabral, acorrentado como se fosse um escravo no século XIX.
Importante
ressaltar que não sou jurista e não estou aqui desempenhando atividade
político-partidária. Mas, como militante dos diretos humanos sim, lutando pelo
princípio da legalidade e por justiça.
Será
justo deixar o maior líder popular em toda a história do Brasil, sem prova de
ter praticado um crime, morrer na cadeia, pobre e humilhado?
Enfim,
não dá mais para omissões e cômodo silêncio. Vamos berrar, vamos gritar contra
toda esta hipocrisia. Vamos agir para barrar todo este obscurantismo que ameaça
os nossos melhores valores.
Lula
resiste e resistirá, sem abrir mão de sua dignidade, como tem dito
reiteradamente.
Que
a justiça se faça presente e que “Deus tenha misericórdia desta Nação”.
Padre Carlos
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