O amor de um pai
A partir do momento em
que minhas duas filhas chegaram ao mundo minha vida se transformou totalmente. É
como se uma parte de mim passa-se a partir daquele momento a viver separado do
meu corpo, independente e frágil.
Tento proteger a vida inteira, mas agora é mais difícil, elas precisam de liberdade e um gesto de confiança da minha parte, vocês não sabem o quanto para mim é difícil, mas pelo menos tenho tentado. Sei o quanto fui incoerente com os conselhos dos meus pais, ah! Se tivesse ouvido mais!
Eu jamais imaginei que
este amor fosse tão grande e profundo, diferente de tudo que até então tinha vivido.
É tão intenso que muitas vezes me desespero só em pensar que uma delas esteja
em uma situação de risco. Os outros sentimentos diante deste, parecem tão
menores que não posso comparar. É um amor sofrido, de abnegação, com infinitas
alegrias e também tristezas e felicidade.
Li um dia destes que Deus nos dá os netos para
adoçar a velhice, acho que isto se encacha bem para ser pai depois dos
cinquenta. Sim, nunca me esqueci deste texto. Mas hoje tenho duas filhas muito
antes de atingir essa fase da vida. Assim, ao amar os filhos, o medo, as
alegrias e tristezas são acompanhadas pela vivencia de toda uma vida.
Mesmo quando estamos
longe, estamos por perto. A vida de hoje é difícil em todos os aspectos, e os
pais trabalham e tentam ajudar os filhos, buscando sempre preencher o vazio
desta ausência.
Padre Carlos
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