Uma Igreja com novos caminhos
O Sínodo de outubro sobre a Amazónia
constitui para todos os cristãos, uma esperança para vivenciarmos o Concílio e
construir uma Igreja que seja de todos e todas.
São “Novos Caminhos para Uma Igreja e
ecologia integral”, que todos e todas devemos percorrer,
juntamente com os povos indígenas da Amazónia, as grandes cidades, as zonas
rurais, e cada esquina de cada viela, onde nos encontrarmos. A Amazónia é tão
importante, que para além da defesa deste importante território, abrangendo
diversos países, temos a nossa cidade e o nosso país. Sim, Esta Amazónia que corre
nas nossas veias, com o sangue derramado das
comunidades extrativistas e indígenas, deixam profundas marcas no planeta e nas
nossas vidas. Os pulmões da Amazónia vivi atualmente em uma “cultura de
morte e descarte”, é uma região de muitos povos que vivem em harmonia entre si
e com a Natureza, a sua riqueza está na biodiversidade, na pluralidade das suas
culturas e tradições religiosas. É toda a Humanidade, a Vida e o seu Criador
que estão sendo derrubados, pela intervenção humana. É uma região espelho de toda
a Humanidade, por isso é nossa responsabilidade como cristãs e cristãos a sua
defesa e exigência de mudanças que regimes autoritários, não querem. Lutar
contra governos predadores e que com o seu discurso de desprezo aos povos da
Amazônia, destrói o país e ameaça a soberania nacional, é nosso dever como
cristão e ser desta mãe que acolhe seus filhos, chamada planeta terra. Não
podemos negar que foi a estupidez deste governo em relação ao meio ambiente e o
estímulo à exploração de garimpeiros, madeireiros e ruralistas em áreas
preservadas que levou nestes últimos dias ao caos ambiental.
Se este Sínodo já foi notícia maior,
por nele se defender a possibilidade do retomar a vida plena na Igreja das
mulheres e da ordenação de homens casados como presbíteros, o que é em meu
entender -, um importante avanço na Igreja Católica Romana e uma singular
posição de atualização da Igreja – já tardia, diga-se -, não pode apagar aquilo
que é de mais substantivo no Sínodo, o querermos viver um futuro tranquilo, ou
o “Bem-Viver”, como está bem explícito na Carta da Terra, na construção de um
planeta e cosmos que rompa com estruturas que sacrificam a vida, que Deus nos
concedeu. A “cultura do encontro” com todas e todos permite um diálogo
intercultural, não colonizador, que faça renascer a Fé no descobrir o Reino de
Deus, que não é preciso construir, pois ele já está entre nós, é necessário só
descobrir, porque está abafado pelas nossas iniquidades.
Nossa esperança não está somente na possibilidade
do retomar a vida plena na Igreja das mulheres e da ordenação de homens casados
como presbíteros, mas, na liberdade de vivenciar o nosso batismo, em uma ecologia
ambiental, em uma ecologia social, em uma ecologia econômica, em uma ecologia
cultural, dentro da nossa Igreja. Teremos que vivenciar dentro da Igreja a Boa
Nova de Jesus, para podermos pregar e levar aos irmãos.
Padre
Carlos
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