quarta-feira, 14 de agosto de 2019

ARTIGO - Uma oposição fraca e desorganizada ( Padre Carlos )





Uma oposição fraca e desorganizada



            O Brasil vive hoje uma das piores crises de toda a sua história. É a crise política, institucional, econômica e acima de tudo uma crise ética. Não há dia que se passe, sem que o noticiário reproduza um escândalo do governo e da falta de decoro do presidente. E não falamos apenas como político, mas como sociedade. A crise é maior e mais profunda que se possa imaginar. Destacar este ou aquele caso isolado é querer escolher um bode expiatório para este grande mar de lama.
            Diante disto, não podemos negar que um dos principais papeis no jogo político e democrático é exercido pela oposição. Ela é o que costumamos chamar de contraponto do poder. A alternativa de projeto de governo. É justamente neste ponto que gostaria de chamar atenção do leitor, na perspectiva de que a democracia é o contraditório, realmente é ruim para a democracia ter uma oposição fraca e desorganizada como constatamos nas duas votações no Congresso. Não temos um projeto alternativo para as pautas neoliberal deste governo. Somos minorias e em decorrência disto, temos que ter capacidade para dialogar com o centro e lideranças capazes de deslocar parte destas forças em torno de um projeto político.  Mas sem uma liderança capaz de fazer este trabalho e um projeto de esquerda alternativo, continuaremos batendo cabeça no parlamento, e amargando as derrotas imposta pelo governo.
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         Democracia não é a ditadura da maioria. O regime democrático requer condições básicas para funcionar, tais como liberdade de imprensa, limite constitucional ao governo, independência dos poderes e uma sólida oposição. Todos esses importantes pilares estão enfraquecidos no Brasil. O último deles é justamente o foco deste artigo.

            Primeiro que toda oposição no Brasil, via de regra, já foi situação, o que remete a lógica de que deveria conhecer os caminhos, saber exatamente onde estão às falhas, as brechas e as chances para sairmos desta inercia que a esquerda e o campo democrático se encontram.

            No Brasil do “faz-de-conta”, criar dificuldades para vender facilidades, sempre foi uma prática política entre oposição e situação é que uma governa e a outra aguarda sua vez. A oposição tem que entender, qual o seu papel e da sua importância neste momento em que a democracia esta sob ataque.  Ela tem que funcionar como fiscalizadora da Constituição e do Estado de Direito. Um governo autoritário e sem compromisso com uma boa administração, se não tiver uma oposição que saiba dialogar com outras forças dentro do parlamento, termina se isolando e deixando que o governo imponha sua pauta impopular e neoliberal. Ocorre que o papel da oposição é denunciar e corrigir os erros do governo.

     

       Mais qual papel de fato que a sociedade espera que a oposição exerça neste momento tão difícil que o país atravessa? Com certeza não é a oposição feita com fígado e ideológica, tampouco a oposição pelega e adesista, estas Já estão fora de moda. Queremos uma oposição que possa dialogar com setores de centro e proponha um projeto alternativo ao que está sendo apresentado.

            Sim, uma oposição que, conhecendo os caminhos, aponte e crie soluções. Que além do discurso fácil das tribunas, contribuía com propostas e projetos, não para governos, mas para a sociedade. Não para a conveniência partidária ou pessoal, mas para representar com esmero aqueles que realmente interessam: o povo brasileiro.



            Padre Carlos



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