Uma
oposição fraca e desorganizada
O Brasil vive hoje uma das piores
crises de toda a sua história. É a crise política, institucional, econômica e
acima de tudo uma crise ética. Não há dia que se passe, sem que o noticiário
reproduza um escândalo do governo e da falta de decoro do presidente. E não
falamos apenas como político, mas como sociedade. A crise é maior e mais
profunda que se possa imaginar. Destacar este ou aquele caso isolado é
querer escolher um bode expiatório para este grande mar de lama.
Diante disto, não podemos negar que
um dos principais papeis no jogo político e democrático é exercido pela
oposição. Ela é o que costumamos chamar de contraponto do poder. A alternativa
de projeto de governo. É justamente neste ponto que gostaria de chamar atenção
do leitor, na perspectiva de que a democracia é o contraditório, realmente é
ruim para a democracia ter uma oposição fraca e desorganizada como constatamos
nas duas votações no Congresso. Não temos um projeto alternativo para as pautas
neoliberal deste governo. Somos minorias e em decorrência disto, temos que ter
capacidade para dialogar com o centro e lideranças capazes de deslocar parte
destas forças em torno de um projeto político.
Mas sem uma liderança capaz de fazer este trabalho e um projeto de
esquerda alternativo, continuaremos batendo cabeça no parlamento, e amargando
as derrotas imposta pelo governo.
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Democracia não é a ditadura da
maioria. O regime democrático requer condições básicas para funcionar, tais
como liberdade de imprensa, limite constitucional ao governo, independência dos
poderes e uma sólida oposição. Todos esses importantes pilares estão
enfraquecidos no Brasil. O último deles é justamente o foco deste artigo.Primeiro que toda oposição no Brasil, via de regra, já foi situação, o que remete a lógica de que deveria conhecer os caminhos, saber exatamente onde estão às falhas, as brechas e as chances para sairmos desta inercia que a esquerda e o campo democrático se encontram.
No Brasil do “faz-de-conta”, criar dificuldades para vender facilidades, sempre foi uma prática política entre oposição e situação é que uma governa e a outra aguarda sua vez. A oposição tem que entender, qual o seu papel e da sua importância neste momento em que a democracia esta sob ataque. Ela tem que funcionar como fiscalizadora da Constituição e do Estado de Direito. Um governo autoritário e sem compromisso com uma boa administração, se não tiver uma oposição que saiba dialogar com outras forças dentro do parlamento, termina se isolando e deixando que o governo imponha sua pauta impopular e neoliberal. Ocorre que o papel da oposição é denunciar e corrigir os erros do governo.
Mais qual papel de fato que a sociedade espera que a oposição exerça neste momento tão difícil que o país atravessa? Com certeza não é a oposição feita com fígado e ideológica, tampouco a oposição pelega e adesista, estas Já estão fora de moda. Queremos uma oposição que possa dialogar com setores de centro e proponha um projeto alternativo ao que está sendo apresentado.
Sim, uma oposição que, conhecendo os caminhos, aponte e crie soluções. Que além do discurso fácil das tribunas, contribuía com propostas e projetos, não para governos, mas para a sociedade. Não para a conveniência partidária ou pessoal, mas para representar com esmero aqueles que realmente interessam: o povo brasileiro.
Padre Carlos
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