sábado, 30 de setembro de 2023

ARTIGO - As Rosas Vermelhas e a Memória de Rosa Luxemburgo

 

Quem disse que as rosas não falam?




Querido leitor,

 

Em meio às veredas do tempo, as lembranças perfumadas das rosas vermelhas me conduzem a um passado repleto de significado. Em Vitória da Conquista, a cidade das rosas, essas flores delicadas e vibrantes não são apenas parte do cenário, mas símbolos de uma beleza que transcende o visual e mergulha nas profundezas da história e da filosofia. Entre os corredores do seminário onde um dia morei, as roseiras floresciam, enchendo o ar com suas fragrâncias doces e memórias que ecoam até hoje.

 

Hoje, ao contemplar uma rosa vermelha, não posso deixar de evocar o espírito inquebrável de Rosa Luxemburgo, a vermelha. Uma mulher cuja vida e obra deixou uma marca indelével nos anais do pensamento político e social. Nascida em 1871, na Polônia, Luxemburgo foi muito mais do que uma economista e filósofa marxista; ela era uma alma sensível, apaixonada pela natureza e profundamente atenta aos detalhes mais simples da existência humana.

 

Lendo suas cartas e absorvendo sua sabedoria, descobri não apenas uma líder revolucionária, mas uma mulher que encontrou inspiração nas pequenas maravilhas da vida cotidiana. Assim como as rosas, ela desabrochou em um mundo muitas vezes árido, trazendo consigo não apenas beleza, mas também coragem e compaixão. Sua militância revolucionária foi enraizada não apenas na teoria, mas na empatia pelos oprimidos e na crença inabalável de que um mundo mais justo era possível.

 

As rosas vermelhas, com sua intensidade de cor e marcas marcantes, tornam-se então um tributo adequado a Luxemburgo. Elas representam não apenas sua paixão e determinação, mas também a resiliência do espírito humano diante das adversidades. Em um mundo onde as ideias de justiça e igualdade muitas vezes parecem distantes, Luxemburgo e as rosas vermelhas nos lembram da importância de persistir na busca por um mundo melhor.

 

Ao contemplar uma rosa vermelha, vejo não apenas uma flor, mas um símbolo poderoso de resistência e esperança. Assim como Luxemburgo, essas flores nos lembram que, mesmo nas situações mais difíceis, podemos florescer e inspirar aqueles ao nosso redor.

 

Que possamos, como as rosas vermelhas, encontrar força em nossa fragilidade, coragem em nossos medos e beleza em nossas lutas. Que possamos, como Rosa Luxemburgo, continuar a acreditar na possibilidade de um mundo onde todas as vidas sejam valorizadas, todas as vozes sejam ouvidas e todas as rosas floresçam em plenitude.

 

Com esperança e gratidão pelas lições deixadas por Luxemburgo e pela beleza eterna das rosas vermelhas,

 

Padre Carlos

ARTIGO - Centrão: o bloco governista por excelência

 


O Centrão e sua relação simbiótica com o governo

 


O bloco do Centrão é, talvez, o grupo parlamentar mais influente da política brasileira atual. Quando meu amigo brincou, em 2022, que o Centrão iria compor o governo de quem ganhasse a eleição presidencial, ele captou uma verdade profunda sobre a natureza desse grupo. O Centrão é, por excelência, governista e busca integrar qualquer governo, independentemente de orientações ideológicas.

Isso ficou claro na composição do governo Lula, iniciado em 2023. Mesmo tendo apoiado majoritariamente Bolsonaro na eleição, o Centrão logo passou a integrar a base aliada do PT, ocupando ministérios e cargos estratégicos. Nomes como Ciro Nogueira, Fábio Faria e Daniela do Waguinho, todos filiados a partidos do Centrão, foram incorporados ao primeiro escalão do governo petista.

Essa plasticidade ideológica do Centrão decorre do fisiologismo que orienta sua atuação. Mais do que programas ou valores, o que move esse bloco é a busca por espaços de poder, cargos e verbas públicas para irrigar seus currais eleitorais. Daí a importância de sempre estar próximo do Palácio do Planalto, independentemente de quem esteja na presidência.

Contudo, essa relação simbiótica com o governo não está isenta de turbulências. O Centrão age como uma criança mimada, ameaçando deixar a base aliada quando não tem suas demandas por cargos atendidas. Foi assim nos governos do PT no passado e se repete agora com Lula. É um jogo de pressão por mais espaço no Executivo.

O que torna essa estratégia de chantagem ainda mais efetiva atualmente é o ineditismo da força do Centrão no Legislativo e mesmo no governo. Com figuras como Arthur Lira, Rodrigo Pacheco e Geraldo Alckmin em posições de destaque, o grupo nunca esteve tão influente. Por isso, as ameaças de rompimento devem ser lidas mais como táticas de barganha do que possibilidade real.

Ainda que desgastante, Lula parece não ter alternativa a não ser continuar reproduzindo essa relação de troca com o Centrão, distribuindo cargos em busca de governabilidade. Ao mesmo tempo, o Centrão dificilmente abandonaria os privilégios do governo federal para uma oposição incerta. Essa conexão, por mais criticada que seja, tende a se perpetuar, já que atende aos interesses de ambos os lados.

 

Padre Carlos


ARTIGO - Do Balneário de 1887 à Vanguarda Moderna: O Rio Vermelho em Transformação



 Rio Vermelho: Entre a Nostalgia e a Modernidade



Nos meandros do tempo, onde as ondas do mar dançavam ao ritmo do sol poente, o Rio Vermelho em Salvador foi o epítome do encanto. Em 1887, este bairro boêmio era muito mais do que um aglomerado de casas; era um balneário, um refúgio para os espíritos em busca de poesia na brisa do oceano. Solares majestosos com quintais adornados por coqueiros que balançavam em consonância com os sonhos dos habitantes.

A imagem daquele casamento será imponente, que ainda se ergue altivo perante o tempo, é um lembrete vívido de uma época passada. À sua sombra, o aroma tentador do acarajé de Dinha flutuou no ar, uma herança gustativa que atravessou os séculos. Ao lado, a antiga igrejinha de Senhora Santana, erguida pelos missionários jesuítas, permanece como um testemunho silencioso da devoção de outrara. Uma pequena porção do passado, resgatada das garras do sadismo das reformas urbanas por mãos brilhantes de militantes específicas para a preservação da história.

Olhando para uma fotografia panorâmica datada de 1906, somos transportados para uma era onde a arquitetura imponente das residências beijava o horizonte. No entanto, essas estruturas desapareceram no rolar implacável do tempo, deixando apenas memórias. Memórias que, como pérolas raras, merecem ser cuidadosamente guardadas.

A nostalgia que envolve o Rio Vermelho é mais do que uma simples lembrança do passado. É uma reverência à herança cultural que nos define como comunidade. Mas, enquanto olhamos para trás com carinho, devemos também enfrentar o presente e o futuro com coragem e determinação.

O Rio Vermelho moderno é um mosaico complexo de culturas, uma fusão vibrante do antigo e do novo. As jangadas 'al mare' continuam a pontuar o horizonte, agora compartilhando espaço com restaurantes de moda e galerias de arte contemporânea. A alma boêmia do bairro persiste, entrelaçada com a vitalidade de uma comunidade que abraça a mudança enquanto honra suas raízes.

A preservação do patrimônio histórico não deve ser um ato de estagnação, mas sim um trampolim para a inovação responsável. É possível abraçar o futuro sem perder a essência do passado. O Rio Vermelho, com sua rica tapeçaria de história e modernidade, é um testemunho vivo dessa possibilidade.

Ao saborear o acarajé de Dinha, sob a sombra benevolente do casarão antigo, podemos refletir não apenas sobre o que perdemos, mas também sobre o que ganhamos. Ganhamos a capacidade de adaptar, de evoluir e, ainda assim, de manter nossas raízes profundamente plantadas na terra fértil da tradição.

O Rio Vermelho, com toda a sua beleza atemporal, é mais do que um bairro. É um símbolo, uma narrativa viva que conta a história de um povo e sua jornada ao longo do tempo. Enquanto a cidade ao redor se transforma incessantemente, o Rio Vermelho permanece como um farol, lembrando-nos de que, para abraçar o futuro, devemos primeiro valorizar e preservar nosso passado.

(Padre Carlos)

 


sexta-feira, 29 de setembro de 2023

ARTIGO - A Última Canção da Geração de 68:

 

Um Legado a Ser Preservado

 


O mundo está testemunhando silenciosamente o fim  de uma era. A geração que nasceu entre as décadas de 1940 e 1960, conhecida carinhosamente como a "geração de 68", está gradualmente deixando este mundo para trás. Mas, enquanto esses guerreiros se retiram do campo de batalha, deixa para trás um legado que transcende o tempo e que deve ser preservado e honrado.

Um dos pilares fundamentais que sustentaram essa geração foi a consciência política e a luta contra a ditadura. Cresceram em um mundo onde se podia sonhar com revolução e justiça social. Os festivais de músicas alimentavam a  alma e as  utopias daqueles jovens. Apesar de toda militância, ainda tínha tempo para o Carnaval dos clubes, para o baile de debutantes, e para namorar, muitas vezes encontrando o amor de sua vida na primeira tentativa. E, acredite, muitos daquela época ainda estão casados ​​com essa primeira paixão.

Agora, mais do que nunca, o mundo precisa relembrar esses valores. Num cenário global de violência, intolerância e desigualdade, o amor ao próximo é a bússola que pode nos guiar para um futuro mais humano e compassivo.

A geração de 68 não é apenas uma parte da história; ela é a história. Foram os arquitetos da democratização, os construtores da educação e saúde pública e os defensores dos direitos humanos. Eles lutaram por um mundo onde a igualdade não era apenas uma palavra, mas uma realidade.

O mundo de hoje ainda é desafiado por desigualdades gritantes e intolerância desenfreada. Mas, o legado da geração de 68 nos oferece esperança. Ele nos lembra que a mudança é possível quando nos unimos em solidariedade, respeito e amor ao próximo.

Este é o desafio que a geração atual e o que estão por vir enfrentar: continuar a luta por um mondo mais justa e lembrar de todos aqueles que tombaram para que tivéssemos hoje uma democracia e o direito de sonhar.  Precisamos lembrar que somos uma edição limitada, cada um de nós. Somos portadores de uma herança valiosa e é nosso dever garantir que essa herança não seja esquecida ou negligenciada.

Nós, como herdeiros da geração de ouro, temos a responsabilidade de construir um mundo melhor. Um mundo onde a tolerância é mais poderosa do que a violência, onde o respeito é mais forte do que a intolerância e onde o amor ao próximo é a força motriz que une todas as pessoas.

A geração de 68 está indo embora, mas seu legado perdurará. Que podemos nos inspirar nesse legado e, juntos, criar uma sinfonia de paz, compreensão e amor que ressoe através das gerações vindouras. É o nosso presente para o futuro, uma dádiva que não pode ser subestimada, pois está é a última canção de uma era que moldou o mundo como o conhecemos hoje.


Padre Carlos

General é alvo de busca por suspeita em atos extremistas


O Golpismo não Pode ser Tolerado




A democracia brasileira sofreu um forte golpe no fatídico dia 8 de janeiro, quando extremistas invadiram e depredaram as sedes dos Três Poderes em Brasília. Cenas chocantes de vandalismo tomaram conta das telas de TV e causaram estupefação em todo o país. Agora, passados quase dez meses, a Polícia Federal segue firme em seu propósito de identificar e punir todos os envolvidos nesse lamentável episódio.


Nesta sexta-feira, foi a vez do general da reserva Ridauto Lúcio Fernandes ter sua casa alvo de busca e apreensão. Há fortes indícios de que ele tenha participado ativamente do planejamento e execução dos atos golpistas. Se confirmada sua culpa, que seja exemplarmente punido. A Lei de Segurança Nacional existe justamente para inibir e reprimir quem tenta subverter a ordem democrática.


O Brasil é uma jovem democracia que ainda busca amadurecer suas instituições republicanas. Não podemos permitir que nostálgicos da ditadura ou inconformados com o resultado das eleições coloquem tudo a perder. O estado democrático de direito precisa ser defendido a todo custo.


Parabenizo a Polícia Federal pela competência e seriedade com que vem conduzindo as investigações. Espera-se que todos os envolvidos sejam identificados e respondam por seus atos criminosos. O recado deve ser claro: golpismo não será tolerado. Quem tentar subverter a ordem democrática irá para a cadeia. Essa é a única saída para consolidarmos de vez a democracia no Brasil.


O dia do Miguelense: uma homenagem merecida e necessária

 

A importância de celebrar nossa história

 

 

No dia 29 de setembro, comemora-se o dia do Miguelense, uma data que celebra a presença e a contribuição do povo de São Miguel das Matas para a história e o desenvolvimento de Vitória da Conquista. Essa homenagem foi instituída pela prefeita Sheila Lemos há um ano, por meio de um Projeto de Lei criado pelo vereador Luis Carlos Dudé. Essa iniciativa tem o caráter de reconhecimento e valorização de uma parcela importante da população conquistense, que tem suas raízes no Recôncavo Baiano, uma região que é berço de muitas manifestações culturais, históricas e econômicas do Brasil.

A migração dos miguelenses para Vitória da Conquista se intensificou nas décadas de 1950 e 1960, quando muitos buscaram na cidade do Sudoeste baiano oportunidades de trabalho e estudo. Eles trouxeram consigo sua cultura, sua religiosidade, sua gastronomia, sua arte, sua música. Eles se integraram à sociedade conquistense, participando ativamente da vida política, social e econômica da cidade. Eles contribuíram para o crescimento e o progresso de Vitória da Conquista, que hoje é uma das mais importantes do interior do Nordeste. A cidade tem um dos maiores PIBs da região, com mais de 7 bilhões de Produto Interno Bruto. A cidade também se destaca pela sua infraestrutura, pela sua educação, pela sua saúde, pela sua segurança pública. Vitória da Conquista se tornou uma capital regional de uma área que abrange aproximadamente oitenta municípios na Bahia e dezesseis no norte de Minas Gerais.

Por isso, é justo e louvável que a prefeita Sheila Lemos tenha instituído o dia do Miguelense, como forma de reconhecer e agradecer a esse povo que tanto fez e faz pela nossa cidade. Essa homenagem também tem o objetivo de resgatar e preservar a memória e a identidade dos miguelenses, que muitas vezes são esquecidas ou invisibilizadas. É importante que os miguelenses se orgulhem de suas origens, de sua história, de sua cultura. É importante que os conquistenses conheçam e valorizem a diversidade e a riqueza que os miguelenses trazem para a nossa cidade. É importante que todos nós celebremos a vida e a obra dessas pessoas que são parte integrante da nossa comunidade.

O dia do Miguelense é uma data que deve ser lembrada e comemorada por todos nós. É uma data que nos convida a refletir sobre o nosso passado, o nosso presente e o nosso futuro. É uma data que nos inspira a buscar a união, a solidariedade e o respeito entre os diferentes povos e culturas que compõem a nossa cidade. É uma data que nos motiva a construir juntos a Conquista do futuro, usando os mitos do passado que alimentam nossas utopias e sustentam o nosso presente.

 

quinta-feira, 28 de setembro de 2023

ARTIGO - Como o Governador adoçou a boca da Azul Linhas Aéreas?

 


Empresário não rasga dinheiro e é foi por isso que queremos saber como o Governador adoçou a boca da Azul?

 


A suspensão abrupta do voo direto entre Vitória da Conquista e Salvador pela Azul Linhas Aéreas pegou todos de surpresa. A explicação dada pela companhia, de que era uma medida para ajustar a capacidade à demanda, levantou muitas questões. Afinal, como um passe de mágica, o governador conseguiu transformar essa questão econômica em política. O que teria acontecido nos bastidores para que a empresa tomasse essa decisão?

 

Empresários não rasgam dinheiro, isso é uma máxima que todos nós conhecemos. E é por isso que a pergunta que não quer calar é: o que deram à Azul Linhas Aéreas em troca da suspensão desses voos? Afinal, a decisão não afeta apenas a economia da terceira cidade mais populosa do estado, mas também a vida de seus habitantes.

 

Para entender melhor essa situação, é preciso analisar os acontecimentos recentes. Durante uma agenda oficial em Brasília, o governador Jerônimo Rodrigues anunciou a manutenção de voos regionais em Ilhéus, Vitória da Conquista e Porto Seguro. Ele se reuniu com o ministro dos Portos e Aeroportos, Sílvio Costa Filho, e o presidente da Azul Linhas Aéreas, John Rodgerson, para firmar essa parceria.

 

Mas o que chama a atenção é a rapidez com que essa decisão foi tomada e anunciada. Parece que o governador conseguiu convencer a empresa de que era do seu interesse manter os voos nessas cidades. E aqui está o ponto crucial: o que teria sido oferecido em troca?

 

Política e economia muitas vezes se entrelaçam de maneira obscura. E quando se trata de companhias aéreas, que dependem de uma série de autorizações e regulamentações governamentais, as negociações nos bastidores podem ser complexas. O presidente da Azul destacou o impulso do destino Bahia como um compromisso importante para a empresa. Sim e porque na explicação da suspensão dos voos isto não oi considerado?

 

Empresários, em geral, são movidos por interesses financeiros. E a decisão de suspender voos rentáveis ​​não parece fazer sentido do ponto de vista econômico puramente. Portanto, é natural que surjam questionamentos sobre o que realmente aconteceu nos bastidores dessa negociação.

 

É importante que a transparência prevaleça nesse processo. Os cidadãos de Vitória da Conquista têm o direito de saber o que foi negociado em seu nome e como isso afetará suas vidas. Empresário não rasga dinheiro, mas político rasga. É fundamental que as autoridades esclareçam os detalhes dessa negociação para que a verdade prevaleça e a confiança na política não seja abalada.

 

Em tempos de busca incessante pela verdade e de um compromisso inabalável com a informação, é essencial que todos os envolvidos sejam transparentes. Afinal, é assim que construímos uma sociedade justa e consciente. Empresários, políticos e cidadãos devem estar cientes de que as ações nos bastidores têm consequências diretas na vida de todos.

 

Artigo escrito por Padre Carlos Roberto,

 


ARTIGO - Caminhando contra o vento aos oitenta anos.


Pessoas que Desafiam o Tempo



O tempo, implacável, parece seguir sempre em frente. Os anos passam, as rugas aumentam, os cabelos embranquecem. É o ciclo natural da vida, dirão muitos. No entanto, existem aqueles que parecem desafiar essa aparente fatalidade, indivíduos que transcenderam a passagem dos anos e permanecem eternamente jovens.


Nomes como Gilberto Gil e Caetano Veloso vêm imediatamente à mente. Mesmo após décadas de carreira, eles ainda irradiam vigor, criatividade e irreverência. Basta vê-los no palco ao lado das novas gerações para constatar que o tempo para eles é relativo. Enquanto a maioria se resigna ao envelhecimento, eles celebram a vida em sua plenitude.


O que explica essa juventude persistente? Talvez seja a paixão pela música, que ainda os move e inspira depois de tantos anos. Ou quem sabe seja a sede de conhecimento e a curiosidade, que os mantêm antenados ao mundo. Ou ainda uma visão poética da existência, que relaciona passado e presente em sintonia.


De todo modo, artistas como esses nos ensinam que a idade cronológica não define quem somos. É possível reinventar-se, aprender sempre e manter o espírito jovem, independentemente dos anos vividos. Mostram que as convenções podem e devem ser desafiadas, para que a chama interior nunca se apague.


Felizmente, não são os únicos exemplos de pessoas que superaram os limites do tempo. Em todos os campos existem aqueles que se recusam a ser etiquetados ou diminuídos pela idade. Cientistas que fazem descobertas tardias, atletas que batem recordes na maturidade, profissionais que encontram nova vocação na terceira idade.


São casos que nos enchem de esperança e alegria, ao mostrar que a vida pode ser constantemente renovada. Prova de que a verdadeira idade mora na alma, não no corpo. E de que é sempre tempo de recomeçar, reinventar, crescer. Basta preservar acesa a chama da curiosidade e do entusiasmo.


Enquanto o relógio insiste em girar, existirão aqueles que o desafiam com seu espírito jovem. Que seguem produzindo, se transformando, encantando gerações mais novas. São pessoas que transcendem o tempo e nos ensinam que a vida pode ser uma eterna primavera. Precisamos só regar diariamente nossa sede de viver.


Padre Carlos






quarta-feira, 27 de setembro de 2023

Os leigos devem assumir o seu papel!

 

A Sinodalidade na Igreja:

 


A Igreja Católica tem vivenciado tempos de mudança e transformação sob a liderança do Papa Francisco. Uma das questões centrais que têm sido abordadas de forma incisiva é a importância da sinodalidade, que se traduz no caminhar juntos de todos os membros da Igreja, incluindo leigos, padres, bispos e o próprio Papa. Neste contexto, o Papa Francisco fez um apelo poderoso: que todos sejam ouvidos, para que as decisões da Igreja reflitam as necessidades e aspirações de seus membros.

No Brasil, os resultados de uma consulta sobre as prioridades para o futuro da Igreja oferecem uma promessa de visibilidade. Os leigos brasileiros demonstraram um profundo interesse na formação espiritual, celebrativa e na participação ativa na tomada de decisões. Isso é um sinal positivo, pois mostra que os leigos são conscientes da importância de sua participação na vida da Igreja. No entanto, é crucial que essa conscientização se traduza em ação concreta, com os leigos assumindo responsabilidades e contribuindo para a renovação da Igreja, em consonância com as diretrizes do Vaticano II.

A hierarquia da Igreja desempenha um papel vital nesse processo. Os bispos e padres precisam abrir as portas para o diálogo e ouvir atentamente os leigos. Essa abertura é fundamental para que os leigos se sintam realmente envolvidos na vida da Igreja. A sinodalidade exige uma parceria ativa entre todos os membros da Igreja, independentemente do seu estatuto eclesiástico.

O caminho sinodal é, sem dúvida, um desafio para toda a Igreja, mas também é uma oportunidade de crescimento na fé e no amor a Deus. Nesse sentido, gostaria de propor algumas medidas concretas para promover a participação ativa dos leigos na Igreja:

Espaços de Diálogo e Participação : É fundamental criar espaços nas paróquias e dioceses para que os leigos possam expressar suas opiniões, ideias e preocupações. O diálogo é à base da sinodalidade.

Formação dos Leigos : Investir na formação dos leigos é crucial. Isso inclui prepará-los para assumir responsabilidades na Igreja, capacitando-os a desempenhar papéis ativos.

Reconhecimento e Valorização : Reconhecer e valorizar o contributo dos leigos para a vida da Igreja é essencial. Cada membro desempenha um papel único e importante.

Corresponsabilidade na Tomada de Decisões : Promover a corresponsabilidade dos leigos na tomada de decisões eclesiásticas é central para a sinodalidade. Os leigos devem estar envolvidos em decisões que afetam a comunidade.

A participação ativa dos leigos é um pilar fundamental para a renovação da Igreja. É um desafio que todos os membros da comunidade católica devem enfrentar com coragem e comprometimento. Somente assim a Igreja será verdadeiramente uma casa de todos, onde cada voz é ouvida, cada dom é valorizado e cada membro tenha o mesmo poder de decisão.

 

Padre Carlos

ARTIGO - A Busca da Verdade no Labirinto das Narrativas . (Padre Carlos)



 

A Missão do 'Conquista News


 


Nos últimos anos, testemunhamos uma intensa batalha por narrativas, um debate que tem comprometido a integridade do jornalismo, independentemente de sua orientação política. No epicentro dessa luta entre direita e esquerda, onde reside a verdade? Esta indagação é o ponto de partida para a nossa empreitada em criar o "Conquista News". Conto com sua ajuda para erguer uma imprensa verdadeiramente independente.

 A sociedade moderna está marcada por uma multiplicidade de perspectivas e ideologias. No entanto, essa diversidade, longe de enriquecer o debate público, muitas vezes se torna palco de um confronto feroz entre diferentes correntes de pensamento. O jornalismo, que deveria ser um farol de informação imparcial, muitas vezes é arrastado para o turbilhão das narrativas partidárias.

 O dilema é claro: em meio a essa luta incessante, como os cidadãos podem discernir a verdade? Aqui, devemos lembrar que a verdade não é relativa às inclinações políticas, mas sim um farol que deve guiar a busca pelo entendimento. Para alcançar esse objetivo, a independência jornalística se torna crucial.

Ao buscar criar o "Conquista News", nossa intenção é construir uma plataforma de notícias que transcenda as barreiras ideológicas. Queremos ser uma voz que não seja definida por rótulos políticos, mas sim pela busca implacável pela verdade. A independência editorial será nosso lema, e nosso compromisso será com a veracidade dos fatos.

Para alcançar essa independência, é essencial que nossa equipe de jornalistas seja diversa, composta por indivíduos de diferentes origens e perspectivas. A pluralidade de vozes enriquece o debate e ajuda a evitar a armadilha das narrativas predefinidas. Além disso, investiremos em métodos rigorosos de purificação e verificação de fatos, garantindo que nossas notícias sejam sólidas e confiáveis.

No entanto, uma jornada rumo à independência não é isenta de desafios. Seremos alvo de críticas e pressão de todos os lados, mas devemos permanecer firmes em nosso compromisso com a verdade. A verdade não é o que queremos que seja, mas sim o que os fatos indicam, e é nosso dever compartilhar essa verdade com nossos leitores.

O "Conquista News" não pretende ser uma voz solitária, mas sim uma ocorrência para uma transformação mais ampla na sociedade. Buscamos contribuir para o processo de informação e conscientização que é fundamental para o funcionamento saudável da democracia. É um convite para que todos aqueles que anseiam pela verdade se juntem a nós nessa jornada.

Nossa missão é ambiciosa, mas é movida pela verdade de que a verdade é um bem inestimável que deve ser preservada. O jornalismo independente é um bússola que nos guiará nesse caminho tortuoso das narrativas políticas. Juntos, com determinação e integridade, podemos construir uma segurança sólida para o futuro da informação, onde a busca pela verdade é o principal protagonista.

 

 



 

 

 

terça-feira, 26 de setembro de 2023

ARTIGO - "Quem é Ateu e Viu Milagres como Eu: A Reflexão de Caetano Veloso"




Milagres do Povo – Procura-se


Caro leitor, é com imensa satisfação que me aventuro neste texto para explorar o intrigante tema dos "Milagres do Povo". Uma expressão que ecoa na poesia de Caetano Veloso, inspirada pelo grande Jorge Amado, e que nos leva a uma reflexão profunda sobre a fé, a razão e a incrível capacidade humana de encontrar significado onde a lógica muitas vezes parece falha.


Na música "Milagres do Povo", Caetano Veloso nos brinda com uma frase intrigante: "quem é ateu e viu milagres como eu…". Essa afirmação é, à primeira vista, contraditória. Como pode alguém que não acredita em Deus, como o ateu, testemunhar milagres? É nesse enigma que reside uma riqueza dessa expressão. Ela nos convida a entrar no reino das contradições humanas, onde a fé e a razão se entrelaçam de maneira misteriosa.


A contradição se dissolve quando percebemos que os milagres não são monopólio da religião ou da fé em um ser supremo. Eles se manifestaram nas pequenas e grandes maravilhas que povoaram nosso mundo. O sorriso de uma criança, a cura inesperada de uma doença, a solidariedade que emerge em tempos difíceis - todos esses são exemplos de milagres que transcendem as fronteiras da crença religiosa.


A cultura e a religiosidade popular estão repletas de histórias que ilustram essas características. São relatos de pessoas comuns que vivenciaram eventos extraordinários, inexplicáveis ​​pela lógica convencional. Esses são os "Milagres do Povo" que merecem ser celebrados e compartilhados.


Nossa sociedade, muitas vezes cética e guiada pela razão, precisa redescobrir sua capacidade de se maravilhar. olhar além das explicações científicas e abraçar o mistério que envolve nossa existência. Não é preciso ser religioso para considerar que há aspectos da vida que escapam à nossa compreensão.


Nesse sentido, a frase de Caetano Veloso nos desafia a ampliar nossos horizontes, a buscar o extraordinário no cotidiano, a enxergar o inusitado nas entrelinhas da realidade. Pois, afinal, a busca por milagres não é apenas uma jornada espiritual, mas também uma jornada interior em direção à plenitude humana.


À medida que avançamos na compreensão do inexplicável, é importante manter a mente aberta e o coração receptivo. Afinal, os "Milagres do Povo" estão à nossa volta, aguardando serem vistos e apreciados por aqueles que têm olhos para enxergar além das aparências.


Portanto, caro leitor, convença-o a embarcar nessa busca pelos "Milagres do Povo". Eles estarão mais próximos do que imaginamos, esperando serem descobertos nas histórias podem e nas vidas daqueles que nos rodeiam. Em um mundo cada vez mais guiado pela ciência e pela tecnologia, não perdemos a capacidade de nos maravilhar com a magia que permeia a existência humana.


Que podemos, como Caetano Veloso, considerar que mesmo os que se dizem até nós podem testemunhar milagres. Pois, no final das contas, a fé é apenas uma das muitas maneiras de abraçar o mistério que é viver.


(Artigo por Padre Carlos)






O futuro de nossas crianças não pode ser jogado na roleta da política


Uma Causa que Mobiliza Vitória da Conquista



A possível desativação do Centro Integrado dos Direitos da Criança e do Adolescente (Cidca) em Vitória da Conquista é muito mais que uma disputa política local. É uma afronta aos direitos fundamentais das crianças e adolescentes conquistenses.



Ao tentar transferir as atividades do Cidca para dar lugar a uma unidade escolar, o governo estadual e seus aliados municipais demonstram uma total insensibilidade com a causa da proteção integral de meninos e meninas em situação de vulnerabilidade social.


O Cidca não é apenas um prédio. É um espaço adaptado e preparado especificamente para o atendimento especializado de crianças e adolescentes vítimas de violência, exploração e abandono. Sua desativação significa negligenciar o cuidado com quem mais precisa.


Além disso, estaria se descumprindo um acordo firmado entre estado e município com investimentos já realizados na adaptação do local. O Cidca abriga o pioneiro Complexo de Escuta Protegida, referência na garantia de direitos infantojuvenis por meio da Lei da Escuta Protegida.


A comunidade conquistense não vai aceitar esse retrocesso sem reagir. A cidade inteira está mobilizada na defesa de suas crianças e do Cidca, símbolo de nosso compromisso com os direitos humanos. Esta não é uma disputa política, mas uma luta pela proteção daqueles que mais necessitam.


Chegou a hora de o governo estadual rever esta decisão arbitrária. A empatia e o bom senso devem sobrepor-se a qualquer interesse eleitoral. O futuro de Vitória da Conquista passa obrigatoriamente pela proteção de sua infância e adolescência. E esta cidade não vai cruzar os braços diante de um ataque tão direto a seus jovens cidadãos.

O futuro de nossas crianças não pode ser jogado na roleta da política


A possível desativação do Centro Integrado dos Direitos da Criança e do Adolescente (Cidca) em Vitória da Conquista é muito mais que uma disputa política local. É uma afronta aos direitos fundamentais das crianças e adolescentes conquistenses.


Ao tentar transferir as atividades do Cidca para dar lugar a uma unidade escolar, o governo estadual e seus aliados municipais demonstram uma total insensibilidade com a causa da proteção integral de meninos e meninas em situação de vulnerabilidade social.


O Cidca não é apenas um prédio. É um espaço adaptado e preparado especificamente para o atendimento especializado de crianças e adolescentes vítimas de violência, exploração e abandono. Sua desativação significa negligenciar o cuidado com quem mais precisa.


Além disso, estaria se descumprindo um acordo firmado entre estado e município com investimentos já realizados na adaptação do local. O Cidca abriga o pioneiro Complexo de Escuta Protegida, referência na garantia de direitos infantojuvenis por meio da Lei da Escuta Protegida.


A comunidade conquistense não vai aceitar esse retrocesso sem reagir. A cidade inteira está mobilizada na defesa de suas crianças e do Cidca, símbolo de nosso compromisso com os direitos humanos. Esta não é uma disputa política, mas uma luta pela proteção daqueles que mais necessitam.


Chegou a hora de o governo estadual rever esta decisão arbitrária. A empatia e o bom senso devem sobrepor-se a qualquer interesse eleitoral. O futuro de Vitória da Conquista passa obrigatoriamente pela proteção de sua infância e adolescência. E esta cidade não vai cruzar os braços diante de um ataque tão direto a seus jovens cidadãos.


Padre Carlos 

segunda-feira, 25 de setembro de 2023

Lula diz não ter 'pressa' para indicar nomes para PGR e STF e que gênero e cor não serão critérios

 




Competência acima de gênero e raça






    A escolha dos nomes que ocuparão cargos estratégicos como a PGR e o STF é sempre motivo de expectativa e pressão por diversos setores da sociedade. No entanto, o presidente Lula tem razão em não se precipitar e tomar estas decisões com calma e responsabilidade.

    Apesar dos apelos legítimos por representatividade, o mais importante é que os indicados sejam pessoas técnica e moralmente qualificadas, comprometidas com a democracia e a justiça social. Gênero e cor não devem ser os critérios determinantes.

    O histórico do PT em indicações mostra que o partido buscou nomes alinhados com seus valores, independentemente de suas características identitárias. O exemplo de Joaquim Barbosa é ilustrativo: magistrate indicado pelo PT, tornou-se o primeiro ministro negro do STF.

    Portanto, mais do que a pressa em preencher as vagas, o fundamental é que Lula encontre nomes que ajudem a resgatar a credibilidade das instituições, implementando as mudanças necessárias para torná-las mais representativas da sociedade brasileira em sua diversidade.

    Escolhas focadas apenas em critérios de gênero ou raça, sem considerar competência, podem ser mais simbólicas que efetivas. Urge sobretudo indicar pessoas ética e tecnicamente preparadas para defenderem a Constituição e os interesses da maioria da população. Este deve ser o norte das indicações do presidente Lula.


Padre Carlos


ARTIGO - Bolsonaro na mira da Justiça: prisão é possível, mas complexa


A prisão de Bolsonaro é possível?



O ex-presidente Jair Bolsonaro vive o seu pior momento político e jurídico desde que deixou o cargo em janeiro de 2023. Acusado de diversos crimes, como atos antidemocráticos, fake news, interferência na Polícia Federal e prevaricação no caso Covaxin, Bolsonaro viu a sua situação se agravar ainda mais nesta sexta-feira, quando o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), autorizou a operação da Polícia Federal que cumpriu mandados de busca e apreensão em endereços ligados ao ex-presidente e aos seus filhos, além de bloquear as suas contas bancárias e as suas redes sociais.

A operação foi um desdobramento do inquérito das fake news, que investiga uma rede de disseminação de notícias falsas e ataques às instituições democráticas, e do inquérito dos atos antidemocráticos, que apura a participação e o financiamento de manifestações que pediam o fechamento do Congresso Nacional e do STF, além da intervenção militar. Segundo a Polícia Federal, há indícios de que Bolsonaro e seus aliados integravam uma organização criminosa que tinha como objetivo desestabilizar o regime democrático e atentar contra o Estado de Direito.

A operação desta sexta-feira foi o movimento mais ousado de Moraes e da Polícia Federal contra Bolsonaro, que já é alvo de outras investigações no STF e na Procuradoria-Geral da República (PGR). O ex-presidente também enfrenta processos na Justiça Eleitoral por suspeita de abuso de poder econômico e uso indevido dos meios de comunicação na campanha de 2022, quando foi derrotado pelo atual presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Diante desse cenário, surge a pergunta: a prisão de Bolsonaro é possível? A resposta é sim, mas depende de uma série de fatores jurídicos e políticos. Do ponto de vista jurídico, Bolsonaro pode ser preso preventivamente se houver elementos que indiquem que ele representa uma ameaça à ordem pública, à instrução criminal ou à aplicação da lei penal. Essa decisão cabe ao ministro Moraes, que é o relator dos inquéritos das fake news e dos atos antidemocráticos no STF. No entanto, essa medida é excepcional e deve ser fundamentada com base em fatos concretos e não em meras conjecturas.

Do ponto de vista político, a prisão de Bolsonaro pode ter consequências imprevisíveis para o país, que já vive uma grave crise econômica, social e sanitária. A prisão do ex-presidente pode provocar reações violentas dos seus apoiadores mais radicais, que ainda são uma parcela significativa da população. Além disso, pode gerar uma crise institucional entre os poderes Executivo, Legislativo e Judiciário, que já têm uma relação conflituosa. Por outro lado, a prisão de Bolsonaro pode ser vista como um sinal de fortalecimento da democracia e do Estado de Direito, que foram constantemente ameaçados pelo ex-presidente durante o seu mandato e após a sua saída.

Portanto, a prisão de Bolsonaro é possível, mas não é simples. Ela envolve uma complexa análise jurídica e política, que deve levar em conta os riscos e os benefícios para o país. O que se espera é que prevaleça o respeito à Constituição, às leis e às instituições democráticas, que são os pilares da nossa sociedade.


Padre Carlos 

domingo, 24 de setembro de 2023

ARTIGO - Silêncio Ensudecedor: Desafio da Esquerda diante da Violência Policial. (Padre Carlos)

 


 A Inquietante Violência Policial na Bahia




Prezados leitores,

Hoje, gostaria de trazer à tona uma questão que tem assombrado não apenas os baianos, mas todos aqueles que acreditam em um estado democrático de direito: o crescimento alarmante dos índices de violência e brutalidade policial no estado da Bahia. É uma situação que, lamentavelmente, não tem recebido a atenção merecida por parte dos setores da esquerda que compõem o governo de Jerônimo Rodrigues.

O cenário que se deseja é preocupante. A Polícia Militar da Bahia, infelizmente, se tornou a instituição que mais mata no Brasil em intervenções. Os dados do Anuário Brasileiro de Segurança Pública não deixam espaço para dúvidas, registrando o maior número absoluto de mortes violentas no país desde 2019. Essa realidade é um grito de alerta para todos nós, cidadãos comprometidos com a justiça e a segurança de nossa sociedade.

É importante lembrar as palavras sábias de Martin Luther King Jr.: "Eu tenho medo é do silêncio dos justos." Diante desse quadro, o silêncio por parte dos partidos de esquerda que compõem a base do governo é garantidor. O corporativismo, o pragmatismo e o medo de perder influência no governo parecem ter se sobressaído sobre o compromisso com os direitos humanos e a justiça social.

A pergunta que fica martelando em nossas mentes é: onde estão os líderes dos partidos que deveriam levantar a voz contra o abuso de autoridade e a forma repressiva que a política de segurança pública da Bahia tem adotada? Não estamos exigindo que entreguem suas cargas, sabemos que coragem não é algo que brota facilmente na política, mas fazemos um apelo por gestos proféticos.

Um gesto profético pode ser simples, mas sua mensagem é poderosa. Não é necessário romper com o chefe do Palácio de Ondina, mas é urgente denunciar, discordar, e acima de tudo, representar o povo que clama por justiça e segurança. Se esta política de segurança pública fosse imposta por um governo de direita, certamente já teríamos ouvido críticas inflamadas de ativistas e oposição. O silêncio interno no PT e outros partidos é um sinal de preocupação de conivência.

A violência policial não pode ser tolerada, independentemente de quem governa. O compromisso com a proteção dos direitos humanos deve estar acima de qualquer aliança política. Os líderes de esquerda têm a responsabilidade de liderar essa luta, não apenas em discursos, mas com ações concretas.

Nossa esperança é que, em breve, possamos ver uma mobilização interna, uma cobrança por mudanças e uma defesa vigorosa dos valores que a esquerda diz representar. A Bahia e o Brasil merecem uma política de segurança pública que protege a vida e a dignidade de todos os seus cidadãos.

Na última análise, lembremo-nos de que a justiça e a retidão não têm cor partidária. Elas são o Alicerce de uma sociedade justa e democrática. É hora de agir, é hora de falar, é hora de fazer a diferença.

Martin Luther King Jr. Tinha razão, o verdadeiro medo está no silêncio dos justos.


Padre Carlos

ARTIGO - A geração que fez a diferença! (Padre Carlos)

A geração que fez a diferença!      Decorridos tantos anos do fim da ditadura, observa-se que a geração da utopia está partindo e a nova...