A
omissão da Justiça brasileira diante dos atos do ex-presidente Jair Bolsonaro é
um tema que deve ser discutido com seriedade. A falta de punição por parte das
instituições judiciais contribuiu para a escalada da polarização política e da
violência no país, e criou um precedente preocupante para o futuro da
democracia brasileira.
Bolsonaro
fez uma série de declarações e tomou uma série de medidas que flertavam com a
ilegalidade, como a incitação à violência, o ataque às instituições
democráticas e a promoção do discurso de ódio. No entanto, durante seu mandato,
viu poucas ações decisivas por parte da justiça para responsabilizá-lo por suas
atitudes controversas.
Somente
após as eleições, quando o risco de retorno do autoritarismo foi afastado, o
Tribunal Superior Eleitoral (TSE) iniciou uma análise de casos relacionados aos
atos de Bolsonaro. Alegações de abuso de poder político e econômico, além do
uso indevido dos meios de comunicação, finalmente foram examinadas. Essa ação
tardia levanta dúvidas sobre a disposição da justiça em cumprir seu papel de
guardiã da democracia enquanto as ameaças ainda estão em vigor.
A
omissão da Justiça tem um impacto negativo sobre a democracia de várias
maneiras. Em primeiro lugar, ela envia uma mensagem de impunidade para os
políticos que desejam minar a democracia. Quando os políticos sabem que não
serão punidos por suas ações, eles ficam mais propensos a tomar medidas que
ameaçam a democracia.
Em
segundo lugar, a omissão da Justiça prejudica a confiança do povo nas
instituições democráticas. Quando os cidadãos percebem que a justiça não está
funcionando, eles ficam menos propensos a acreditar que a democracia pode
proteger seus direitos.
Em
terceiro lugar, a omissão da Justiça pode levar à violência. Quando os
políticos não são punidos por suas ações, eles podem incentivar seus seguidores
a tomar medidas violentas para promover sua agenda.
É
importante ressaltar que a Justiça brasileira não é um organismo monolítico.
Existem diferentes instâncias e órgãos com diferentes níveis de independência e
competência. No caso de Bolsonaro, a omissão da Justiça foi mais evidente no
âmbito federal, onde o Supremo Tribunal Federal (STF) e o Tribunal Superior
Eleitoral (TSE) se mostraram mais reticentes em tomar medidas contra o
ex-presidente.
Isso
pode ser explicado por uma série de fatores, como a falta de consenso entre os
ministros do STF, a influência da política na Justiça e o medo de represálias
de Bolsonaro e seus apoiadores. No entanto, é importante lembrar que a Justiça
tem o papel de proteger a democracia e garantir o respeito às leis. Quando ela
falha em cumprir esse papel, abre caminho para o autoritarismo e a violência.
Após
a derrota de Bolsonaro nas eleições, o TSE iniciou uma análise de casos
relacionados aos atos do ex-presidente. No entanto, essa ação tardia não é
suficiente para reparar os danos causados pela omissão da Justiça. É preciso
que as instituições judiciais brasileiras se reformem e se tornem mais
independentes e imparciais.
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