sábado, 30 de setembro de 2023

ARTIGO - As Rosas Vermelhas e a Memória de Rosa Luxemburgo

 

Quem disse que as rosas não falam?




Querido leitor,

 

Em meio às veredas do tempo, as lembranças perfumadas das rosas vermelhas me conduzem a um passado repleto de significado. Em Vitória da Conquista, a cidade das rosas, essas flores delicadas e vibrantes não são apenas parte do cenário, mas símbolos de uma beleza que transcende o visual e mergulha nas profundezas da história e da filosofia. Entre os corredores do seminário onde um dia morei, as roseiras floresciam, enchendo o ar com suas fragrâncias doces e memórias que ecoam até hoje.

 

Hoje, ao contemplar uma rosa vermelha, não posso deixar de evocar o espírito inquebrável de Rosa Luxemburgo, a vermelha. Uma mulher cuja vida e obra deixou uma marca indelével nos anais do pensamento político e social. Nascida em 1871, na Polônia, Luxemburgo foi muito mais do que uma economista e filósofa marxista; ela era uma alma sensível, apaixonada pela natureza e profundamente atenta aos detalhes mais simples da existência humana.

 

Lendo suas cartas e absorvendo sua sabedoria, descobri não apenas uma líder revolucionária, mas uma mulher que encontrou inspiração nas pequenas maravilhas da vida cotidiana. Assim como as rosas, ela desabrochou em um mundo muitas vezes árido, trazendo consigo não apenas beleza, mas também coragem e compaixão. Sua militância revolucionária foi enraizada não apenas na teoria, mas na empatia pelos oprimidos e na crença inabalável de que um mundo mais justo era possível.

 

As rosas vermelhas, com sua intensidade de cor e marcas marcantes, tornam-se então um tributo adequado a Luxemburgo. Elas representam não apenas sua paixão e determinação, mas também a resiliência do espírito humano diante das adversidades. Em um mundo onde as ideias de justiça e igualdade muitas vezes parecem distantes, Luxemburgo e as rosas vermelhas nos lembram da importância de persistir na busca por um mundo melhor.

 

Ao contemplar uma rosa vermelha, vejo não apenas uma flor, mas um símbolo poderoso de resistência e esperança. Assim como Luxemburgo, essas flores nos lembram que, mesmo nas situações mais difíceis, podemos florescer e inspirar aqueles ao nosso redor.

 

Que possamos, como as rosas vermelhas, encontrar força em nossa fragilidade, coragem em nossos medos e beleza em nossas lutas. Que possamos, como Rosa Luxemburgo, continuar a acreditar na possibilidade de um mundo onde todas as vidas sejam valorizadas, todas as vozes sejam ouvidas e todas as rosas floresçam em plenitude.

 

Com esperança e gratidão pelas lições deixadas por Luxemburgo e pela beleza eterna das rosas vermelhas,

 

Padre Carlos

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