Leite Moça
ou mel na boca?
Não conheço a origem da expressão "cair como um pato", mas ela serve muito bem, para descrever o
comportamento da imprensa e a esquerda brasileira quando se deixa engar por escândalos
programados. Perdi a conta de quantas vezes fomos ludibriados por este
governo. Ao desviar nossa atenção, deixamos de focar no fundamental, a Amazônia
e os crimes de omissão e passamos desta forma, a investigar a farra com o
cartão corporativo e a doçura do leite moça. Acredito que estão passando não
leite, mas mel na nossa boca, quando não percebemos a engenharia que está por
traz destes escândalos. Até quando
seremos inocentes e deixaremos que criem novos escândalos, retirando o foco da atuação
desastrada e criminosa no combate ao vírus da covid-19.
Na semana que o STF, autoriza investigar a conduta
do ministro Pazuello, sobre omissão da morte de aproximadamente cinquenta
pessoas no estado do Amazônia, estas notícias aparecem como passe de mágica. O caso ficou conhecido pela imprensa
como “escândalo do leite condensado” e já levou o governo a retirar da página
“Portal da Transparência”, onde por norma são divulgadas as listas de despesas
do governo executivo em compras com dinheiro público, a publicação sobre os
gastos de 2020.
Segundo a imprensa, foram vários item superfaturados e por mais escandaloso que
seja estas compras, não se pode ligar diretamente ao presidente, mas as vítimas
por falta do oxigênio podem bater na porta do Planalto.
Bolsonaro é um verdadeiro artista (ilusionista)
mestre na ligeireza dos movimentos (principalmente das palavras) capazes de
fazer desaparecer ou deslocar o foco de um escândalo sem que o espectador dê ciência
que está sendo enganado.
Nas falas de Bolsonaro, há dois aspectos
importantes: a forma e o público alvo e, nesse caso, não estamos falando apenas
do eleitorado, mas de toda essa base que é de ordem da estrutura da sociedade.
Temos aí os militares, os evangélicos, os lobbies que o apoiaram, mas também
temos a imprensa e a esquerda, que ressalta a incoerência dos pronunciamentos
do presidente brasileiro com aquilo que ele representa. Quando o presidente Jair Bolsonaro disse, nesta 4ª feira (27. jan.2021), que “é
pra enfiar no rabo de
vocês da imprensa essa lata de leite condensado”,
ele utiliza suas técnicas de linguagem do carisma do poder e da brutalidade. É um paradoxo: quanto
mais um líder político se mostra brutal, mais ele terá o favoritismo de uma
parte da população que se encontra frustrado.
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