sexta-feira, 5 de maio de 2023

ARTIGO - Aliado de Bolsonaro propôs rota para golpe de Estado, revela áudio em poder da PF. (Padre Carlos)

 

A Rota do Golpe



 

          Um áudio em poder da Polícia Federal (PF) mostra que Ailton Barros, aliado do ex-presidente Jair Bolsonaro, propôs uma rota de ações para promover um golpe de Estado ao tenente-coronel Mauro Cesar Barbosa Cid, ajudante de ordens do então presidente, em dezembro passado. A transcrição das mensagens foi divulgada pela CNN Brasil nesta quinta-feira (4).

          Segundo a reportagem, Barros enviou três áudios para Mauro Cid no dia 15 de dezembro, três dias após o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) diplomar Luiz Inácio Lula da Silva como presidente eleito. O petista só assumiu o cargo no dia 1º de janeiro.

          Nos áudios, Barros sugere que Mauro Cid pressione o então comandante do Exército, Marco Antonio Freire Gomes, para que ele faça um pronunciamento em defesa do povo brasileiro e contra a eleição de Lula. Caso ele não aderisse, quem deveria fazer o pronunciamento seria Bolsonaro, para levantar a moral da tropa.

          Barros afirma que o lado deles tem “a caneta e a força” e chega a cogitar uma operação ilegal para prender o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, que presidiu o TSE nas eleições. Ele também diz que uma das ideias seria decretar a Lei da Garantia e da Ordem (GLO) para a atuação das Forças Armadas, sob o comando supremo do presidente da República.

          A reportagem da CNN Brasil diz que não foi possível saber o que Mauro Cid respondeu às mensagens.

          Mauro Cid e Barros foram presos preventivamente nesta quarta-feira (3) em uma operação da PF determinada por Moraes para apurar a falsificação dos cartões de vacina contra Covid-19 do ex-presidente e de pessoas próximas a ele.

          Na decisão que ordenou a operação, Moraes citou que constava da investigação “tratativas para execução de um golpe de Estado e possível tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito envolvendo o investigado Ailton (Barros)” e outras pessoas ainda não identificadas.

          A Reuters pediu comentário da defesa do ex-presidente, mas ainda não teve resposta, assim como não conseguiu contato imediato com os demais citados na reportagem.


 


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