A revolução sinodal
Nos
últimos anos, a Igreja Católica tem passado por mudanças significativas em sua
estrutura e forma de atuação, especialmente sob o pontificado do Papa
Francisco. Duas ideias centrais e inspiradoras que têm ganhado destaque são a
misericórdia, entendida como "anistia universal", e a nova moral
baseada no respeito pela Terra, considerada como "casa comum da raça
humana". No entanto, outra ideia que tem se tornado cada vez mais presente
é a sinodalidade. Assim, o Papa Francisco tem insistido na sinodalidade como o caminho
para uma Igreja mais participativa, fraterna e missionária. Mas o que significa
exatamente esse conceito e como ele pode transformar a vida eclesial?
A sinodalidade é a capacidade de
caminhar juntos, de escutar uns aos outros, de discernir a vontade de Deus e de
testemunhar o Evangelho no mundo. Por isto, o Papa Francisco tem feito da sinodalidade o
eixo prioritário de seu pontificado. A sinodalidade é a prática de tomar
decisões em conjunto, através de um diálogo aberto e inclusivo, envolvendo
todas as pessoas da Igreja, desde os fiéis leigos até os mais altos hierarcas.
Essa prática é inspirada na noção de "povo de Deus", presente no
Concílio Vaticano II, e busca uma maior participação dos leigos na vida da Igreja. Ela implica uma mudança de
mentalidade e de atitude, que valoriza a diversidade dos dons e das culturas, e
que busca a comunhão na diferença.
A sinodalidade não é uma novidade
na tradição cristã, mas foi resgatado pelo Papa Francisco como uma resposta aos
desafios do nosso tempo. Ela se inspira na misericórdia divina, que oferece uma
“anistia universal” aos pecadores, e na nova moral baseada no respeito pela
Terra, considerada como “casa comum da raça humana”.
A sinodalidade se expressa em
vários níveis: desde as comunidades locais até as conferências episcopais,
passando pelos sínodos dos bispos e pelo próprio papado. Ela requer um diálogo
sincero e corajoso entre todos os membros do povo de Deus, leigos e ordenados,
homens e mulheres, jovens e idosos.
A sinodalidade é também um
desafio para a Igreja na sua missão evangelizadora. Ela convida a sair das
próprias seguranças e a ir ao encontro dos outros, especialmente dos pobres,
dos excluídos e dos que sofrem. Ela propõe uma Igreja em saída, que anuncia a
Boa Nova com alegria e esperança.
A sinodalidade é, enfim, uma
oportunidade para uma Igreja renovada, que se deixa guiar pelo Espírito Santo e
que se coloca a serviço do Reino de Deus.
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