domingo, 14 de maio de 2023

ARTIGO - Sinodalidade: a chave para uma Igreja renovada. (Padre Carlos)

 



A revolução sinodal

 


 

Nos últimos anos, a Igreja Católica tem passado por mudanças significativas em sua estrutura e forma de atuação, especialmente sob o pontificado do Papa Francisco. Duas ideias centrais e inspiradoras que têm ganhado destaque são a misericórdia, entendida como "anistia universal", e a nova moral baseada no respeito pela Terra, considerada como "casa comum da raça humana". No entanto, outra ideia que tem se tornado cada vez mais presente é a sinodalidade. Assim, o Papa Francisco tem insistido na sinodalidade como o caminho para uma Igreja mais participativa, fraterna e missionária. Mas o que significa exatamente esse conceito e como ele pode transformar a vida eclesial?

A sinodalidade é a capacidade de caminhar juntos, de escutar uns aos outros, de discernir a vontade de Deus e de testemunhar o Evangelho no mundo. Por isto, o Papa Francisco tem feito da sinodalidade o eixo prioritário de seu pontificado. A sinodalidade é a prática de tomar decisões em conjunto, através de um diálogo aberto e inclusivo, envolvendo todas as pessoas da Igreja, desde os fiéis leigos até os mais altos hierarcas. Essa prática é inspirada na noção de "povo de Deus", presente no Concílio Vaticano II, e busca uma maior participação dos leigos na vida da Igreja. Ela implica uma mudança de mentalidade e de atitude, que valoriza a diversidade dos dons e das culturas, e que busca a comunhão na diferença.

A sinodalidade não é uma novidade na tradição cristã, mas foi resgatado pelo Papa Francisco como uma resposta aos desafios do nosso tempo. Ela se inspira na misericórdia divina, que oferece uma “anistia universal” aos pecadores, e na nova moral baseada no respeito pela Terra, considerada como “casa comum da raça humana”.

A sinodalidade se expressa em vários níveis: desde as comunidades locais até as conferências episcopais, passando pelos sínodos dos bispos e pelo próprio papado. Ela requer um diálogo sincero e corajoso entre todos os membros do povo de Deus, leigos e ordenados, homens e mulheres, jovens e idosos.

A sinodalidade é também um desafio para a Igreja na sua missão evangelizadora. Ela convida a sair das próprias seguranças e a ir ao encontro dos outros, especialmente dos pobres, dos excluídos e dos que sofrem. Ela propõe uma Igreja em saída, que anuncia a Boa Nova com alegria e esperança.

A sinodalidade é, enfim, uma oportunidade para uma Igreja renovada, que se deixa guiar pelo Espírito Santo e que se coloca a serviço do Reino de Deus.


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