A
elite conservadora e segregacionista de Vitória da Conquista
Vitória da Conquista é uma das maiores e
mais importantes cidades da Bahia e do Nordeste. Com uma população estimada em mais de 340 mil habitantes,
um dos maiores PIBs do interior da região e uma posição estratégica no
sudoeste baiano, a cidade é considerada um polo de desenvolvimento econômico,
social e cultural. No entanto, por trás dessa imagem de progresso e
modernidade, há também uma face conservadora e fascista que se revela em certos
comportamentos de alguns políticos e parte da elite da nossa cidade.
Essa face conservadora e fascista se
manifesta em diversas formas: na defesa de valores morais retrógrados e
excludentes, na intolerância com as diferenças e as minorias, na violência
contra os pobres e os movimentos sociais, na corrupção e no autoritarismo, na
negação da ciência e da democracia, na apologia ao militarismo e ao
armamentismo, na idolatria a figuras nefastas da história nacional e mundial.
Esses comportamentos não são novos nem isolados. Eles fazem parte de uma tradição histórica que
remonta aos tempos da colonização portuguesa, quando a região foi palco de
conflitos entre os colonizadores e os indígenas que resistiam à invasão e à
exploração de suas terras.
Essa tradição histórica se perpetuou ao
longo dos séculos, com a formação de uma elite agrária que se beneficiou da
escravidão, do coronelismo, do clientelismo e do patrimonialismo. Essa elite se
manteve no poder político por décadas, impedindo o avanço de projetos populares
e progressistas que pudessem promover a inclusão social, a distribuição de
renda, a participação popular, a educação pública, a saúde pública, a cultura
popular, entre outros direitos básicos da cidadania. Essa elite também se aliou
aos interesses das oligarquias nacionais e internacionais que exploram os
recursos naturais e humanos da região.
Essa elite conservadora encontrou nos
últimos anos um representante político que expressa seus anseios e seus medos:
o presidente Jair Bolsonaro. Bolsonaro é o ídolo dessa elite que se sente
ameaçada pela ascensão das classes populares, pela diversidade cultural, pela
liberdade de expressão, pela justiça social, pela soberania nacional. Bolsonaro
é o líder dessa elite que quer manter seus privilégios, sua dominação, sua
violência, sua ignorância. Bolsonaro é o símbolo dessa elite que quer
retroceder a história, negar a realidade, destruir a democracia.
Mas essa elite conservadora não representa
toda a cidade de Vitória da Conquista. Há também uma parte da Conquista que é
popular, democrática, diversa, criativa, resistente. Uma parte da Conquista que
luta por seus direitos, por sua dignidade, por seu futuro. Uma parte da
Conquista que se inspira em figuras como Glauber Rocha, Anísio Teixeira, Zélia
Gattai, Elomar Figueira Mello, entre tantos outros artistas, intelectuais e
ativistas que contribuíram para a cultura e a política da cidade. Uma parte da
Conquista que se organiza em movimentos sociais, sindicatos, partidos
políticos, coletivos culturais.
Essa parte da Conquista que é popular,
democrática, diversa, criativa, resistente tem se expressado nas ao longo da
história. A greve do Café e as ocupações de terras tem sido algumas ads manifestações
deste povo. Esses enbates mostram que há uma forte disputa política na cidade e
que a hegemonia da elite conservadora não é absoluta nem definitiva.
Por isto, a história de Vitória da
Conquista não é linear nem homogênea. Ela é feita de contradições, conflitos e
resistências. Ela é feita de diferentes sujeitos e projetos que disputam o
sentido e o destino da cidade. Ela é feita de memórias e esperanças que se
confrontam e se renovam. Ela é feita de lutas e sonhos que se realizam ou se
frustram. Ela é feita de conquistas e derrotas que se alternam e se superam.
Diante dessa história complexa e dinâmica,
cabe a nós, cidadãos e cidadãs conquistenses, assumirmos o nosso papel de
protagonistas e agentes de transformação. Cabe a nós escolhermos de que lado da
história queremos estar: do lado da elite conservadora e fascista e
segregacionista que quer manter a cidade submissa aos seus interesses e valores
ou do lado da parte popular, democrática, diversa, criativa e resistente que
quer construir uma cidade mais justa, inclusiva, participativa e solidária.
Cabe a nós fazermos a nossa história.
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