Até
o momento, seis dos dez ministros votaram pela derrubada do ato
O julgamento do indulto concedido pelo
ex-presidente Jair Bolsonaro ao ex-deputado Daniel Silveira, preso por ataques
ao Supremo Tribunal Federal (STF), gerou um clima de tensão entre os ministros
da corte nesta quinta-feira (4). Alexandre de Moraes e André Mendonça, que
votaram de forma divergente sobre a validade do ato presidencial, trocaram
farpas e ironias durante a sessão.
Mendonça, que foi indicado por Bolsonaro ao
STF em 2021, defendeu que o indulto era uma prerrogativa do chefe do Executivo
e que não cabia ao Judiciário interferir na decisão. Ele também citou opiniões
de pessoas que consideraram a pena imposta a Silveira excessiva, como o
pesquisador Fernando Abrucio, o jurista Fernando Capez e o jornalista Valdo
Cruz.
Moraes, por sua vez, questionou se essas
pessoas eram juristas e se tinham conhecimento dos fatos que levaram à prisão e
à cassação do mandato de Silveira. Ele lembrou que o ex-deputado fez ameaças
aos ministros do STF, incitou a violência e a ruptura institucional e
desrespeitou as medidas cautelares impostas pela corte. Moraes também ironizou
que Capez era candidato a deputado pelo partido de Bolsonaro na época do
indulto.
O julgamento foi suspenso após o voto do
ministro Ricardo Lewandowski, que acompanhou Mendonça pela validade do indulto.
Até o momento, seis dos dez ministros votaram pela derrubada do ato de
Bolsonaro, por entenderem que houve desvio de finalidade e violação aos
princípios da moralidade e da impessoalidade. O julgamento será retomado na próxima semana com o voto do presidente do
STF, Luiz Fux.
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