segunda-feira, 31 de julho de 2023

ARTIGO - Discurso do governador Tarcísio ajuda a perpetuar a violência policial. (Padre Carlos)


 

Governador Tarcísio naturaliza violência policial


 


 

     O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, afirmou estar “extremamente satisfeito” com a ação da polícia em uma megaoperação realizada no Guarujá, no litoral paulista, no final de semana. A ação resultou na morte de 10 pessoas, de acordo com a Ouvidoria das Polícias, enquanto o governador alega que foram 8.

    Freitas também chamou as denúncias de tortura de “narrativas”. “Há de se ter um respeito com a instituição, com a polícia”, afirmou. “Sem ordem, a gente nunca vai ter progresso.”

    As declarações do governador foram recebidas com repúdio por diversos setores da sociedade. O Conselho Estadual dos Direitos da Criança e do Adolescente (Conedca) afirmou que a operação foi uma “chacina” e que a polícia “agiu de forma desmedida”.

    A Defensoria Pública do Estado de São Paulo também se manifestou contra a operação. A Defensoria afirmou que vai acompanhar as investigações e que vai cobrar que os responsáveis pela chacina sejam responsabilizados.

    A operação no Guarujá foi mais um exemplo da violência policial que assola o Brasil. Em 2022, a polícia brasileira matou mais de 6.600 pessoas, segundo o Anuário Brasileiro de Segurança Pública. Esse número é o maior da história do país.

    A violência policial é um problema estrutural no Brasil. Ela é resultado de uma série de fatores, como a desigualdade social, a falta de políticas públicas eficazes para combater o crime e a cultura do extermínio.

    O discurso do governador Tarcísio de Freitas ajuda a naturalizar a violência policial. Ao afirmar que está “extremamente satisfeito” com a ação da polícia, o governador está dando um sinal de que a violência é uma solução aceitável para o problema da segurança pública.

    Esse discurso é perigoso e precisa ser combatido. A violência policial não é uma solução para o problema da segurança pública. Ela é um problema que precisa ser resolvido.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 


ARTIGO - Prefeita Sheila Lemos: Um Exemplo de Espírito Democrático e Liberal Consciente. (Padre Carlos)

 


 

 


 

Democracia e Cooperação em Foco na Administração Municipal



 

    No cenário político em constante turbulência, é essencial defendermos líderes que defendem e promovem os princípios democráticos em sua essência. A Prefeita Sheila Lemos, de Vitória da Conquista, tem se destacado como uma figura exemplar nesse sentido, ao demonstrar seu espírito democrático e sua compreensão dos valores essenciais à preservação da democracia.

    Em uma era marcada pela polarização ideológica, é louvável que a Prefeita Sheila Lemos se posicione contra rótulos simplistas e divisões extremas. Ela rejeitou ser classificada como uma fiel bolsonarista, mostrando que não se alinha a uma visão cega e dogmática de política.

 Em vez disso, ela aponta para a pluralidade das ideias e busca a construção de um ambiente político mais conciliador e inclusivo.

    Ao afirmar que o bolsonarismo não é um partido nem uma ideologia sólida, mas sim uma pessoa que ocupa a presidência do país, a Prefeita Sheila Lemos evidencia seu entendimento claro da diversidade política e da necessidade de ir além de personalidades individuais na construção de uma nação próspera . Ela se distancia de qualquer tentativa de estabelecer uma polarização do tipo "malXbem", pois entende que a política vai muito além dessas simplificações.

    Além disso, Sheila Lemos elogia aspectos do Governo Bolsonaro relacionados à economia, especialmente a condução de Paulo Guedes como Ministro da Economia. Isso demonstra sua capacidade de discernir méritos em ações governativas, independentemente de questões partidárias. Ao mesmo tempo, ao reconhecer a vitória de Lula nas eleições de 2022 e expressar seu desejo sincero de que o governo tenha sucesso, a Prefeita reforça seu compromisso com a estabilidade democrática e com o bem-estar do país.

    Ao unir a preocupação com o Brasil ao progresso da Bahia e de Vitória da Conquista, a Prefeita Sheila Lemos coloca os interesses da população acima de qualquer disputa partidária. Seu posicionamento mostra que ela está disposta a trabalhar de forma colaborativa para o benefício de sua cidade e sua região.

    Portanto, é inegável que a Prefeita Sheila Lemos é uma defensora da democracia e uma líder liberal consciente dos valores democráticos. Sua abordagem inclusiva, seu respeito pela diversidade de ideias e seu foco no desenvolvimento de sua cidade demonstram uma postura responsável e esclarecida aos princípios que norteiam uma sociedade democrática madura.

    Em tempos em que a política pode se tornar um terreno fértil para a intolerância e o extremismo, é inspirador de líderes como Sheila Lemos se destacando como um farol de esperança e razão. É essencial apoiar e apoiar aqueles que buscam preservar a democracia, independentes de rótulos partidários e de trabalho pelo bem comum de todos os cidadãos. Que seu exemplo inspire outros líderes a seguirem uma trajetória política construtiva e voltada para o interesse público.

 

 


ARTIGO - A lista tríplice é uma ferramenta política que mina a independência do Ministério Público. (Padre Carlos)

 

A lista tríplice é um erro




        Desde 2001, a formação da Lista Tríplice para o cargo de procurador-geral da República se tornou uma tradição no Brasil. Inicialmente, essa prática visava atender ao desejo dos próprios procuradores da República, que buscavam indicar os profissionais mais qualificados para liderar a instituição. No entanto, ao longo dos anos, a tradição foi perdendo sua essência e passou a ser encarada como uma obrigação, minando a autonomia e a responsabilidade dos procuradores em exercerem seu papel com independência e imparcialidade.

        Um exemplo recente disso é o caso de Rodrigo Janot, ex-procurador-geral da República. Ele e o grupo conhecido como "República de Curitiba" foram responsáveis por investigar e acusar políticos de esquerda, como Lula e Dilma Rousseff, criando as condições para um golpe político. A lista tríplice que elegeu Janot era composta por três membros do Ministério Público, sendo que os outros dois nomes eram procuradoras com experiência em Direitos Humanos e direitos indígenas. No entanto, a pressão corporativista e o preconceito de gênero prevaleceram, conduzindo a escolha de alguém que se tornaria um algoz do projeto de esquerda e da democracia.

        Esses fatos evidenciam que a lista tríplice não é um mecanismo independente, mas sim uma ferramenta política que serve aos interesses de grupos específicos. Situações semelhantes ocorreram também no STF, onde as divergências entre os ministros estão relacionadas à ideologia e à política. Observando os votos dos ministros Nunes Marques e Mendonça, percebemos como o bolsonarismo tem sido eficiente em escolher e mobilizar suas forças ideológicas.

        Diante desse cenário, é fundamental que o procurador-geral da República esteja alinhado com os interesses da maioria da população, defendendo os direitos humanos, a democracia e a justiça social. A lista tríplice se torna um perigo para a democracia, pois pode resultar na nomeação de um procurador-geral que não compartilha desses valores. Portanto, é hora de acabar com a lista tríplice e estabelecer um processo democrático para a escolha do procurador-geral da República.

        O Ministério Público desempenha um papel crucial na promoção de um estado para todos. Essa instituição é responsável por garantir a defesa dos direitos fundamentais, combater a corrupção e assegurar a justiça social. Para que isso ocorra de forma efetiva, é imprescindível que o Ministério Público esteja alinhado com o projeto de estado para todos, comprometido com o desenvolvimento do país e com a inclusão dos mais excluídos.

        Em resumo, a lista tríplice, que deveria ser um mecanismo para garantir a independência do Ministério Público, tem sido utilizada como uma ferramenta política que beneficia grupos elitistas e de ultradireita. Isso representa um perigo para a democracia, pois compromete a defesa dos interesses da maioria da população. É fundamental acabar com a lista tríplice e estabelecer um processo democrático para a escolha do procurador-geral da República, assegurando que essa instituição esteja alinhada com os valores da democracia, dos direitos humanos e da justiça social.

 


domingo, 30 de julho de 2023

ARTIGO - Conquista A esperança nos versos de Paulo Pires. (Padre Carlos)

  O olhar poético de Paulo Pires




Só um poeta consegue interpretar os sonhos e resgatar a saga de um povo. Assim meu amigo Paulo Pires escreveu:

Ruas desertas, janelas fechadas,
Meletes, Peduros, quase
Balaiada ...

Tempos vetustos, menino Deusdete Dias
voando com Severo Sales nos recados ...
emboscadas.

Maneca Grosso, Natur de Assis,
Laudionor Brasil (Silvio Jessé ainda sob encomenda),
janelas fechadas, sol a pino,
estampido de mosquetão,
tá lá mais um corpo estendido no chão ...
devia ser um dos nossos (ou deles, quem sabe?)
e a vida seguia como um fábrica de silêncio mortal ...
até que veio a primavera
e depois todos nasceram como em Noite de Natal

Os versos de Paulo Pires são como um espelho que reflete a história de Vitória da Conquista. Ele consegue capturar a essência da cidade, com suas ruas desertas, janelas fechadas, meletes e peduros. Ele também consegue trazer à tona os personagens que fizeram a história da cidade, como Maneca Grosso, Natur de Assis e Laudionor Brasil. E, finalmente, ele consegue mostrar a esperança que sempre esteve presente na cidade, mesmo nos momentos mais difíceis.

A sensibilidade poética de Paulo Pires é um dom. Ele consegue ver a beleza nas coisas simples e nos momentos mais cotidianos. Ele consegue também encontrar esperança nos momentos mais difíceis. Seus versos são um convite para olharmos para Vitória da Conquista com novos olhos. Eles nos mostram que a cidade é muito mais do que um lugar físico. Ela é também um lugar de sonhos, de esperança e de vida.

Obrigado, Paulo Pires, por nos ajudar a ver Vitória da Conquista com novos olhos. Seus versos são um presente para a cidade e para todos nós.

sábado, 29 de julho de 2023

ARTIGO - Tudo começou com o Programa de Remanescentes de Quilombos (PRÓ-QUILOMBO). (Padre Carlos)

 Uma Conquista pela Preservação Cultural e Desenvolvimento Sustentável

  


    Hoje ao tomar conhecimento através do IBGE que Vitória da Conquista está entre as cinco cidades baianas  na lista dos dez municípios mais quilombolas do país,  lembrei-me da minha antiga paróquia e das lutas que este povo travou para que fossem reconhecidos pelos poderes público. 

     No Brasil, a história é permeada por lutas e resistências protagonizadas por diversos grupos étnicos que enfrentaram períodos sombrios de opressão e injustiça. Entre esses grupos, encontre-se os povos quilombolas, descendentes de pessoas que fugiram da escravidão no Brasil colonial e encontraram refúgio em comunidades autônomas conhecidas como quilombos. Essas comunidades foram pilares fundamentais na luta contra a escravidão e, ao longo do tempo, se tornaram importantes patrimônios culturais do país.

    Foi na década de 1990 que o governo brasileiro reconheceu a necessidade de proteger e promover essas comunidades quilombolas ao criar o Programa de Remanescentes de Quilombos (PRÓ-QUILOMBO). Esse programa representou um marco significativo na busca por justiça social e igualdade, abrindo caminho para que comunidades historicamente marginalizadas conquistem o reconhecimento de seus territórios e seus direitos culturais.

     Na década de 1990, quando o governo brasileiro criou o Programa de Remanescentes de Quilombos (PRÓ-QUILOMBO), trabalhava na paróquia São José (Rural) e junto com o Padre Vasco e Conceição do cabelo branco, buscamos a ajuda da UESB, para que o Velame fosse a  primeira comunidade reconhecida no nosso município. Nosso objetivo era garantir para estas comunidades os direitos dos quilombolas e promover o desenvolvimento sustentável de suas comunidades. Depois desta vitória, partimos para incluir também, a Lagoa de Melquíades e a Baixa Seca.

     A atuação da sociedade civil e do poder público é essencial para dar continuidade a essa jornada de preservação e proteção das comunidades quilombolas. Investimentos em educação, infraestrutura e políticas públicas específicas são fundamentais para que essas comunidades possam prosperar e manter viva a riqueza de suas tradições.

      Em suma, o Programa de Remanescentes de Quilombos (PRÓ-QUILOMBO) representa uma conquista para a história do Brasil, destacando a importância da preservação cultural e do desenvolvimento sustentável. O caminho trilhado até aqui é um seguidor de que a luta pela justiça social e pela valorização das raízes culturais é um compromisso de todos os brasileiros, em prol de um país mais inclusivo, diverso e consciente de sua história.




sexta-feira, 28 de julho de 2023

ARTIGO - Uma nova configuração política se desenha em Vitória da Conquista. (Padre Carlos)

 


A dinâmica eleitoral em nossa cidade.

 


 

O cenário eleitoral em Vitória da Conquista vem passando por transformações significativas nos últimos tempos. A ascensão da candidatura de Lúcia Rocha (MDB) é um dos fatores que evidenciam essa mudança.

Enquanto a pré-campanha de Waldenor Pereira (PT) dá sinais de estagnação, Lúcia desponta como uma alternativa competitiva, atraindo parcela do eleitorado conquistense. Sua candidatura começa a reunir desde eleitores indecisos até os moderados descontentes com o PT.

Há uma série de fatores que contribuíram para o crescimento de Lúcia Rocha. Em primeiro lugar, ela é uma candidata carismática, que se conecta com os eleitores. Em segundo lugar, ela tem um plano de governo bem definido, que promete melhorias nas áreas da saúde, educação e segurança pública.

O crescimento de Lúcia Rocha é um sinal da mudança da política em Vitória da Conquista. Os eleitores estão cansados dos mesmos grupos a vinte anos, e estão procurando novas lideranças. Lúcia Rocha representa uma mudança neste cenário, que prometem fazer a diferença na vida das pessoas.

O futuro da política em Vitória da Conquista é incerto, mas uma coisa é certa: Lúcia Rocha é uma candidata que tem potencial para mudar a cidade.

Outro fator relevante é a tendência de consolidação do voto no atual grupo político do executivo municipal, capitaneado pela prefeita Sheila Lemos. Os votos da direita liberal que tradicionalmente são do UB e os votos da ultradireita que por falta de uma liderança serão capitaneados pela atual prefeita a torna uma forte candidata ao segundo turno.  Diante disso, o que se observa é uma guinada no cenário político-eleitoral da cidade, com candidatos projetando-se muito mais pela identificação com valores e propostas, e menos pela máquina partidária tradicional.

É a ascensão do voto de opinião!

Essa possível reconfiguração das forças políticas em Vitória da Conquista merece atenção. Caso se confirme nas urnas, poderá inaugurar um novo capítulo na história política da cidade, com novos grupos assumindo posições de poder. Resta saber se esse realinhamento será benéfico para o desenvolvimento local ou trará apenas mais um grupo no poder.

 

 


quinta-feira, 27 de julho de 2023

ARTIGO - Quebrando o Silêncio: Confrontando o Feminicídio e Suas Raízes Machistas. (Padre Carlos)

 


Feminicídio: um crime que não pode ser silenciado



O feminicídio é uma grave violação dos direitos humanos e um reflexo da desigualdade de gênero enraizada em nossa sociedade. Nesse sentido, é fundamental abordar as causas e consequências desse fenômeno, bem como destacar a importância de combater o descaso que o alimenta.

O aumento de feminicídios na cidade de Vitória da Conquista, na Bahia, é um grave problema social que exige atenção e ação das autoridades e da sociedade. Nos últimos meses, vários casos chocantes de violência contra mulheres foram registrados na região, como o assassinato da estudante universitária Sashira Camilly Cunha Silva, de 19 anos, que foi dopada, esfaqueada e estrangulada pelo ex-namorado e outros dois colegas de curso, que pretendiam vender o carro da vítima. Esse crime bárbaro causou revolta e comoção na população, que pede justiça e medidas efetivas para prevenir e combater o feminicídio. Segundo o Tribunal de Justiça da Bahia, um dos denunciados pelo crime teve a prisão preventiva restabelecida após recurso do Ministério Público.

Primeiramente, é necessário reconhecer que o feminicídio não é um caso isolado, mas sim parte de um sistema estrutural que perpetua a violência contra as mulheres. O machismo, a cultura do controle e a objetificação das mulheres são elementos que contribuem para a violência de gênero e, consequentemente, para o feminicídio.

Mas, quero chamar a atenção da comunidade conquistense para se sensibilizar com as outras Sashiras, a do bairro da Alegria, a Sashira do Bairro Aparecida e tantas outras. Temos que nos comover e buscar solucionar todos estes crimes bárbaros independentemente do bairro ou classe social. Não podemos aceitar que as mulheres sejam tratadas como objetos descartáveis, que possam ser eliminados por homens que não aceitam o fim de um relacionamento ou que agem por ciúme, possessividade ou machismo. Não podemos nos calar diante da violência de gênero, que mata milhares de mulheres todos os anos no Brasil e no mundo.

É preciso conscientizar a população sobre a gravidade desse problema e oferecer apoio às vítimas e às suas famílias. É preciso também fortalecer as redes de proteção às mulheres, como as delegacias especializadas, os serviços de acolhimento e os canais de denúncia. É preciso, enfim, garantir que as mulheres possam viver livres de violência e de medo.

O feminicídio é uma triste realidade que precisa ser enfrentada de maneira urgente e eficaz. É responsabilidade de todos lutar contra o descaso que alimenta essa violência, garantindo que as mulheres possam viver em uma sociedade livre de violência e discriminação.

 


quarta-feira, 26 de julho de 2023

ARTIGO - A Resistência Conservadora à Mudança na Igreja. (Padre Carlos)

 


Desafios e Tensões

 


 A entrevista recente concedida por Dom Norberto Förster, bispo da Diocese de Ji-Paraná, Rondônia, ao Catholich.de, trouxe à tona questões pertinentes sobre as diferenças entre o Brasil e a Alemanha, bem como as tensões enfrentadas em sua diocese e as mudanças ocorridas desde o Sínodo da Amazônia. Vale a pena refletir sobre essas revelações e suas implicações para a Igreja Católica no país.

Desafios da sinodalidade e resistência do clero: Uma das questões abordadas por Dom Norberto é a resistência de parte do clero e do presbitério em acolher os pedidos constantes do Papa Francisco em busca de uma maior sinodalidade na Igreja. Alguns jovens padres extremamente conservadores têm se mostrado contrários às mudanças propostas, inclusive queimando documentos escritos pelos bispos sem entregá-los aos fiéis. Essa atitude revela uma resistência à participação dos leigos e à democratização das decisões eclesiais.

Influência de grupos conservadores: Além da resistência interna, Dom Norberto também mencionou a influência de grupos políticos e religiosos extremamente conservadores que têm impacto significativo através das redes sociais. Esses grupos propagam uma visão tradicionalista e podem minar o espírito profético da Igreja, dificultando a abertura para uma maior inclusão e diálogo com a sociedade.

Situação não isolada: É importante ressaltar que a realidade descrita pelo bispo de Ji-Paraná não é um caso isolado. Várias dioceses enfrentam desafios semelhantes, onde a resistência a mudanças e a influência de grupos conservadores têm se mostrado obstáculos à sinodalidade e ao avanço da Igreja.

 Diante dessas revelações, é necessário um profundo discernimento e diálogo dentro da Igreja Católica no Brasil. A sinodalidade, proposta pelo Papa Francisco, busca uma maior participação dos leigos nas decisões e uma Igreja mais próxima das realidades e desafios enfrentados pelas comunidades. É fundamental que os líderes religiosos promovam esse diálogo interno, conscientizando e respeitando diferentes perspectivas, mas sempre visando o bem comum e a missão evangelizadora da Igreja.

A superação desses desafios requer uma abertura ao Espírito Santo, uma escuta atenta às vozes dos fiéis e uma coragem para enfrentar resistências e influências negativas. Somente assim a Igreja Católica poderá se renovar, se adaptar aos tempos atuais e cumprir sua missão de ser uma Igreja acolhedora, inclusiva e comprometida com os mais necessitados.

A reflexão sobre a realidade da Igreja Católica no Brasil, à luz das revelações feitas por Dom Norberto Förster, é um convite a todos os leitores a se engajarem nesse processo de transformação e renovação, buscando uma Igreja mais sinodal e fiel ao Evangelho de Jesus Cristo.

 


ARTIGO - A Notícia da Morte de Dom Geraldo Me Deixou Triste. (Padre Carlos)



 Um Tributo ao Bom Pastor e ao Sacerdócio na Vida da Igreja



A notícia da morte de Dom Geraldo trouxe-me profunda tristeza e nostalgia. Ele foi não apenas um líder religioso em minha vida, mas também um pai no ministério sacerdotal. Aprendi a amá-lo não somente pela sua sabedoria e boa administração, mas também pelo exemplo do Bom Pastor que sempre foi para sua comunidade. Neste artigo, gostaria de refletir sobre o papel do padre e a importância da figura bíblica do pastor para a definição da missão e existência do sacerdote na vida da Igreja.

Olhando para o Evangelho de São João, no capítulo 10, encontramos a imagem do Bom Pastor, que nos diz: "O bom pastor dá a sua vida pelas ovelhas" (Jo 10,11). Esta é a essência da missão sacerdotal - dar a vida. A Páscoa de Jesus é o exemplo máximo desse sacrifício, e é a partir dessa entrega do Sumo e Eterno Sacerdote que os padres encontram sua inspiração e propósito.

Dom Geraldo exemplificou essa missão com sabedoria e dedicação. Sua forma de liderar, embora inicialmente tenha causado impacto devido às mudanças em relação ao seu antecessor, revelou-se eficaz. Ele educou os padres a assumirem responsabilidades não apenas em suas paróquias individuais, mas como parte de um todo - a Arquidiocese. Essa abordagem paterna ajudou os presbíteros a amadurecerem como indivíduos e a gerirem os recursos de forma mais realista e responsável.

É importante ressaltar que a presença de Dom Geraldo e seu antecessor teve um impacto significativo na participação dos leigos na Igreja. O ditado árabe mencionado, "Quem planta tâmaras, não colhe tâmaras," nos lembra que a ação de líderes religiosos pode não trazer frutos imediatos, mas certamente semeia o caminho para uma colheita futura. A influência positiva deles na comunidade ajudou a moldar uma geração de fiéis comprometidos e engajados.

O sacerdócio é uma vocação especial e desafiadora. Os padres são chamados a serem pastores do rebanho de Deus, guiando, protegendo e nutrindo suas ovelhas espirituais. Eles são chamados a seguir o exemplo de Jesus, o Bom Pastor, que deu sua vida pelas suas ovelhas. A figura do pastor é essencial para a definição dessa missão e existência do sacerdote na vida da Igreja, pois ela nos lembra do amor, compaixão e sacrifício que são fundamentais para o ministério sacerdotal.

A morte de Dom Geraldo deixa um vazio em nossos corações, mas sua memória e legado permanecerão vivos naqueles que tiveram a oportunidade de serem guiados por ele. Que sua vida dedicada ao serviço de Deus e da Igreja continue a inspirar os futuros sacerdotes a abraçarem a vocação com zelo e dedicação, seguindo os passos do Bom Pastor que dá a sua vida pelas ovelhas.

terça-feira, 25 de julho de 2023

Artigo de Opinião: O Papel da Prefeita Sheila Lemos em um Cenário Político Complexo.

 

 A Estratégia de Sheila Lemos para a Reeleição




No atual contexto político de Vitória da Conquista, é imprescindível que o eleitorado conservador compreenda a importância de apoiar a prefeita Sheila Lemos como a melhor candidata para representar essas forças. É crucial evitar a divisão da direita, pois isso pode abrir espaço para que partidos como o PT ou o MDB alcancem o poder. Além disso, é fundamental reconhecer que não existe, atualmente, um partido de extrema direita com a estrutura necessária para vencer uma eleição no município.

Nesse cenário, a prefeita Sheila Lemos deve buscar ampliar sua base de apoio, mirando especialmente no eleitorado de centro, com o intuito de deslocar parte dos votos de seus adversários. Para isso, é relevante que ela escolha um vice que possa contribuir para atrair novos apoiadores.

O crescimento da ultradireita em Vitória da Conquista é um fenômeno complexo e desafiador, demandando uma análise cuidadosa e uma estratégia política inteligente por parte das forças conservadoras. Nesse sentido, a prefeita Sheila Lemos desempenha um papel fundamental, pois tem a oportunidade de fortalecer sua base de apoio atual e expandi-la para garantir sua reeleição em 2024.

Ao traçar sua estratégia política, é essencial que a prefeita compreenda as demandas e anseios da população, buscando soluções para os problemas enfrentados pela cidade. Sua gestão precisa se mostrar eficiente, transparente e comprometida com o bem-estar da comunidade.

Além disso, é importante que Sheila Lemos se mantenha aberta ao diálogo com diferentes setores da sociedade, promovendo o debate saudável e respeitoso das ideias. A capacidade de ouvir as diferentes perspectivas é uma qualidade imprescindível para um líder político, sobretudo em um cenário polarizado como o que vivemos atualmente.

Outro aspecto relevante é o investimento em projetos que beneficiem a cidade como um todo, sem deixar de lado as demandas específicas das diferentes regiões de Vitória da Conquista. Uma atuação equilibrada e abrangente contribuirá para a consolidação de sua base de apoio.

Dessa forma, a prefeita Sheila Lemos tem a oportunidade de se destacar como uma líder política habilidosa, capaz de enfrentar os desafios impostos pelo cenário político atual. Ao buscar a unidade da direita e ao abraçar uma política de diálogo e desenvolvimento, ela poderá firmar sua posição como uma candidata forte e competitiva nas eleições de 2024.

Em suma, o papel da prefeita Sheila Lemos é crucial para garantir a estabilidade e o progresso de Vitória da Conquista. O eleitorado conservador deve compreender a importância de apoiar sua liderança e de trabalhar unido em prol do desenvolvimento da cidade. Somente com uma estratégia política sólida e um projeto de gestão eficiente é que poderemos superar os desafios presentes e pavimentar um futuro promissor para Vitória da Conquista.

 

 

ARTIGO - Vitória da Conquista se Prepara para Eleições Acirradas: Quem Será o Próximo Prefeito?. (Padre Carlos)

Lúcia Rocha: A Fiel da Balança na Disputa Eleitoral em Vitória da Conquista



    Vitória da Conquista, o terceiro maior município do estado da Bahia, se prepara para mais uma acirrada corrida eleitoral à Prefeitura Municipal. A pouco menos de um ano para o início das campanhas, a cidade já presencia uma movimentação política intensa, com três pré-candidatos que despontam na disputa: a atual prefeita Sheila Lemos (UB), o deputado federal Waldenor Pereira (PT) e a vereadora Lúcia Rocha (MDB).
    Recentemente, o Blog Sena trouxe à tona informações que já vinham sendo comentadas ao longo dos meses: uma pesquisa de intenção de votos realizada em maio, que revela um cenário de destaque para os políticos mencionados. Na pesquisa estimulada, Lúcia Rocha obteve a maioria das intenções de votos, seguida por Waldenor Pereira e Sheila Lemos, que aparecem empatados tecnicamente em segundo lugar. O mesmo cenário também avaliou as intenções de voto de outros candidatos, como David Salomão e Ivan Cordeiros, que aparecem em quarto e quinto lugar, respectivamente.
    Por outro lado, na pesquisa espontânea, Lúcia Rocha figura apenas em terceiro lugar, e a liderança fica empatada tecnicamente entre Sheila e Zé Raimundo (PT), este último não sendo pré-candidato, mas ainda sendo lembrado pelas pessoas. Zé Raimundo, atualmente deputado estadual, é parceiro histórico de Waldenor Pereira, pré-candidato do PT, que conta com o apoio do colega, mas não pode contar com o apoio do Governador Jerônimo Rodrigues para ampliar suas chances eleitorais, porque Lúcia faz parte da base do governo do estado.
    A existência de diferentes cenários nas pesquisas reflete a complexidade política da cidade e a polarização entre os principais partidos. O grupo formado por PT e o PCdoB, buscam consolidar a candidatura de Waldenor Pereira, com a intenção de, pelo menos, repetir o resultado eleitoral alcançado por Zé Raimundo em 2020. Já o MDB, representado pela vereadora Lúcia Rocha, tem se mostrado uma opção atraente aos eleitores, conquistando uma fatia significativa das intenções de voto, especialmente na pesquisa estimulada.
    Uma aliança entre Lúcia Rocha e Waldenor Pereira tem sido objeto de especulação, visto que, de acordo com a pesquisa recente, essa "dobradinha" poderia garantir a vitória sobre Sheila Lemos. O MDB, ciente da força que essa união pode ter, tem pressionado publicamente para que o PT aceite a vice de Lúcia Rocha. Por outro lado, as lideranças petistas alegam que a decisão sobre a composição da chapa será tomada no momento oportuno.
    A vereadora Lúcia Rocha, ao se posicionar como um fiel da balança, tem demonstrado que sua pré-candidatura é mais do que um mero projeto político individual. Ela representa uma alternativa que transcende a polarização partidária e busca um diálogo com diversos segmentos da sociedade conquistense. O fato de Lúcia ter liderado as intenções de voto na pesquisa estimulada e figurado em terceiro lugar na pesquisa espontânea revela que seu nome ganhou visibilidade e apoio popular.
    As eleições municipais são momentos cruciais para a democracia, e a população de Vitória da Conquista se encontra diante de uma escolha importante. Cada pré-candidato traz consigo uma história política e ideais distintos, mas é fundamental que o eleitorado esteja atento ao perfil e às propostas de cada um deles, buscando entender como contribuirão para o desenvolvimento e bem-estar da cidade.
    Neste contexto, é louvável que Lúcia Rocha tenha conseguido furar a bolha da polarização, ganhando destaque como uma figura política que dialoga com diferentes setores e apresenta-se como uma alternativa viável e promissora para a população de Vitória da Conquista. A corrida eleitoral está apenas começando, e os próximos meses serão decisivos para o futuro da cidade.
    É preciso que os candidatos se apresentem de forma transparente, expondo suas ideias e projetos, para que os cidadãos possam fazer suas escolhas de maneira informada e consciente. Vitória da Conquista merece uma gestão comprometida com o bem comum, capaz de superar divergências e trabalhar pelo progresso da cidade e pelo bem-estar de todos os seus habitantes.
    No final, a verdadeira balança é o povo, e é a ele que compete o papel de definir o futuro da cidade. Que as eleições em Vitória da Conquista sejam pautadas por um debate construtivo, ideias inovadoras e a vontade de fazer a diferença, resultando em uma escolha democrática e representativa para todos. Somente assim, o município poderá avançar e prosperar em busca de um futuro melhor para cada um de seus cidadãos.
    Ainda é cedo para dizer quem vencerá as eleições, mas Lúcia Rocha tem tudo para ser uma candidata forte. Ela é uma mulher experiente, com um histórico de atuação na política, e tem propostas concretas para melhorar a vida da população de Vitória da Conquista. Além disso, ela é uma figura carismática.

segunda-feira, 24 de julho de 2023

ARTIGO - Aprender a ser filho é uma lição para a vida toda. (Padre Carlos)

 


A lição que frequentemente chega tarde demais

 

 

A relação entre pais e filhos nem sempre é fácil ou harmoniosa. Muitas vezes, só vamos compreender verdadeiramente nossos pais quando já somos adultos e enfrentamos desafios semelhantes aos que eles viveram. É uma lição de empatia e maturidade que frequentemente chega tarde demais.

Quando jovens, tendemos a ver nossos pais como provedores e protetores incontestes, sem fraquezas ou complexidades. Não reconhecemos suas dores, medos e dilemas, tampouco procuramos entender suas histórias e circunstâncias. Julgamos suas escolhas sem nos colocarmos em seus sapatos.

Somente mais tarde, ao nos tornarmos nós mesmos pais, ou quando nossos pais envelhecem e precisam de cuidados, é que compreendemos sua humanidade. Percebemos que eles também tiveram sonhos e enfrentaram tempestades, assim como nós. Entendemos suas limitações e o quanto precisam de afeto, mesmo que não o demonstrem.

Infelizmente, essa lição frequentemente vem tarde demais. Quando finalmente aprendemos a ser filhos, nossos pais já não estão mais por perto. Resta-nos a saudade e o arrependimento de não termos aproveitado melhor o convívio com eles.

Portanto, é urgente valorizar nossos pais agora, enquanto podemos. Aprender sobre suas histórias, entender suas escolhas, cuidar deles com zelo. Pais e filhos têm muito a aprender uns com os outros em todas as fases da vida. Essa troca de empatia e sabedoria é um caminho de mão dupla, que nos enriquece e nos faz mais humanos.

 


ARTIGO - Companheiros Esquecidos: O Verdadeiro Significado da Esquerda em Questão. (Padre Carlos)

 O que significa ser companheiro na esquerda?






A palavra companheiro tem um significado especial para muitas pessoas que se identificam com a esquerda política. Ela remete a uma ideia de solidariedade, de luta coletiva, de compromisso com uma causa maior do que os interesses individuais. Ser companheiro é fazer parte de uma família, de uma comunidade, de um projeto histórico de transformação social.

Mas será que esse significado ainda se mantém na atualidade? Será que os companheiros de ontem são reconhecidos e valorizados pelos companheiros de hoje? Será que há espaço para a divergência, para o debate, para a crítica construtiva entre os companheiros? Será que há respeito pela diversidade, pela pluralidade, pela autonomia dos companheiros?

Infelizmente, parece que não. Parece que muitos companheiros foram esquecidos e abandonados pelos que hoje se dizem herdeiros do projeto da esquerda. Parece que muitos companheiros deram os melhores anos de sua vida, enfrentaram a ditadura, a repressão, a tortura, o exílio, a clandestinidade, a perseguição, a morte, para que outros pudessem desfrutar das conquistas e dos benefícios da democracia e da cidadania. Parece que muitos companheiros não recebem nenhum apoio, nenhuma solidariedade, nenhuma gratidão por parte dos que hoje ocupam os espaços de poder e de representação política.

Parece que muitos companheiros só são lembrados quando se trata de pedir votos, de fazer campanha, de mobilizar as bases, de defender as lideranças. Parece que muitos companheiros só são vistos quando se trata de silenciá-los, de marginalizá-los, de desqualificá-los, de satanizá-los. Parece que muitos companheiros só são ouvidos quando se trata de concordar, de aplaudir, de obedecer, de seguir.

Isso é ser companheiro? Isso é ser esquerda? Isso é ser humano?

Eu acho que não. Eu acho que ser companheiro é muito mais do que isso. É ter consciência crítica, é ter senso histórico, é ter ética política. É ter coragem de dizer não quando necessário, é ter humildade de reconhecer os erros quando cometidos, é ter disposição de aprender com as diferenças quando apresentadas. É ter lealdade com os princípios, é ter responsabilidade com as consequências, é ter compromisso com as mudanças.

Ser companheiro é ser solidário com quem precisa, é ser generoso com quem merece, é ser grato com quem contribuiu. Ser companheiro é ser fiel à causa, é ser coerente com o discurso, é ser honesto com o povo. Ser companheiro é ser digno da história, é ser respeitado pelo presente, é ser inspirador para o futuro.

Ser companheiro é ser humano.

ARTIGO - Bispos presentes em encontro das CEBs enviam carta à CNBB. (Padre Carlos)


Uma voz de renovação e compromisso com os pobres

 


   No cenário de um Brasil complexo, marcado por desafios sociais, políticos e ambientais, uma notável reunião ocorreu em Rondonópolis (MT). O 15º Intereclesial das Comunidades Eclesiais de Base (CEBs) reuniu 48 bispos, ao lado de leigos, religiosos, diáconos e presbíteros, que representaram milhares de comunidades eclesiais em busca de uma Igreja em saída na busca da vida plena para todos e todas. A relevância desse encontro manifestou-se através de uma carta enviada à Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), compartilhando as vivências e reflexões do evento.

    A trajetória das CEBs remonta a 1975, quando cristãos leigos e leigas, amparados por religiosos(as), diáconos, padres e bispos, se uniram para aprofundar a fé em meio às realidades em que vivem, à luz da Palavra de Deus. Esse movimento encontra suas raízes em documentos importantes, como o Concílio Vaticano II, as Conferências de Medellin, Puebla, Santo Domingo e Aparecida, além das Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora da Igreja no Brasil.

      As CEBs têm sido reconhecidas como uma fonte viva de vitalidade na Igreja, com espiritualidade ancorada na Palavra de Deus e com o compromisso evangelizador e missionário entre os mais simples e marginalizados. Sua atuação tem sido fundamental para tornar visível a opção preferencial pelos pobres, seguindo o exemplo de Jesus Cristo, que se identificou com os que sofrem e habitam nas periferias da sociedade.

      No 15º Intereclesial, em clima de escuta, caminhada sinodal e abertura ecumênica, os participantes compartilharam experiências e desafios que enfrentam em suas jornadas evangelizadoras. O cansaço em algumas lideranças das comunidades foi reconhecido, possivelmente decorrente das diversas dificuldades inerentes ao processo evangelizador. Essas dificuldades refletem as diversas eclesiologias e as complexidades de uma sociedade urbanizada, polarizada politicamente e marcada pelo aumento das desigualdades, individualismo, preconceito e consumismo, que ameaçam a ecologia integral, como enfatizado pelo Papa Francisco.

      O encontro ecoou gritos de clamor pela erradicação de todas as formas de violência contra as mulheres e também pelos jovens, que buscavam encontrar sentido humano e cristão para suas vidas e clamavam por uma maior participação nas comunidades, buscando um maior sentimento de pertencimento eclesial.

      Entre os anseios dos participantes, estava o desejo de maior atenção à formação dos cristãos leigos e leigas, com o objetivo de contribuir para que as comunidades sejam verdadeiramente missionárias e vivenciadoras de uma dinâmica sinodal, propagadoras da Boa Nova e sementes de um novo céu e uma nova terra.

    As vozes presentes nesse encontro pediram um apoio mais efetivo e comprometido por parte dos bispos, para que as CEBs se sintam confirmadas em sua caminhada evangelizadora e não experimentem um sentimento de abandono ou orfandade.

      O 15º Intereclesial das CEBs representa um marco significativo para a Igreja no Brasil, reafirmando seu compromisso com os pobres, seu desejo de renovação e de ser uma Igreja em constante saída, voltada para a busca da vida plena para todos os seus membros. Os anseios e desafios compartilhados nessa carta enviada à CNBB são um chamado para ações concretas em prol de uma sociedade justa, solidária, fraterna e ecologicamente sustentável.

      Que o Espírito Santo ilumine os bispos nas Igrejas particulares, fortalecendo o florescimento das CEBs e a vivência fervorosa da comunhão missionária e da missão que é para a comunhão. E que Maria, a Mãe Aparecida, a missionária incansável, interceda por todos aqueles que fazem parte dessa nobre jornada de fé, serviço e compromisso com os mais necessitados

 


domingo, 23 de julho de 2023

ARTIGO - O Papel da Igreja na Valorização dos Idosos no Mundo Contemporâneo. (Padre Carlos)

 

 

 

O mundo envelhece a passos largos




    No III Dia Mundial dos Avós e dos Idosos, o Papa Francisco, fez um apelo impactante para que a sociedade como um todo mude sua abordagem em relação aos idosos. Em sua mensagem na Basílica de São Pedro, o pontífice chamou a atenção para a necessidade de não marginalizar essa parcela da população, destacando que é fundamental crescermos juntos com paciência e respeito.

    A preocupação do Papa com a marginalização dos idosos se reflete no cenário global, em que o mundo envelhece a passos largos. Com o aumento da expectativa de vida e a queda nas taxas de natalidade, muitos países têm observado o envelhecimento da população como uma das principais questões a serem enfrentadas neste século.

    Nesse contexto, a Igreja Católica, por meio de sua liderança, tem papel fundamental em promover a valorização dos idosos e combater a solidão que muitas vezes aflige essa parcela da sociedade. A mensagem do Papa não se limita apenas aos fiéis da Igreja, mas abrange a todos os cidadãos, independente de suas crenças, já que o respeito e a valorização dos idosos são valores universais que atravessam fronteiras religiosas e culturais.

    Em suas palavras, Francisco nos convida a não permitir que as cidades se tornem "concentrados de solidão". Essa expressão é uma poderosa metáfora que nos faz refletir sobre a importância de uma comunidade inclusiva e solidária, capaz de acolher e integrar todas as faixas etárias.

   Através das três parábolas do Evangelho apresentadas neste Domingo, o Papa reforça a necessidade de dar prioridade aos avós em nossas vidas. O convite é claro: jovens e idosos devem caminhar juntos, aprendendo uns com os outros e crescendo em unidade. Essa mensagem é particularmente significativa em uma era em que a sociedade muitas vezes se concentra excessivamente nos aspectos tecnológicos e individuais da vida moderna, negligenciando as relações interpessoais e intergeracionais.

    É fundamental reconhecer que os idosos têm um vasto acervo de experiências e sabedoria acumulada ao longo de suas vidas, e sua inclusão na sociedade é uma riqueza a ser explorada. As gerações mais jovens podem aprender muito com a história e os ensinamentos dos mais velhos, enquanto estes últimos podem encontrar inspiração e rejuvenescimento ao compartilhar suas vivências com os mais jovens.

    A Igreja Católica, como uma das instituições mais influentes do mundo, tem o poder de sensibilizar a população global para essa importante questão. Além de suas pregações, é essencial que a Igreja promova iniciativas concretas para apoiar e integrar os idosos em todas as esferas da sociedade. Através de programas de acompanhamento, serviços de cuidado, atividades recreativas e espaços de convívio, é possível criar uma cultura que celebre a sabedoria e a experiência dos idosos.

    A valorização dos idosos é uma tarefa coletiva e requer ações coordenadas entre governos, organizações da sociedade civil, instituições religiosas e cada indivíduo. Somente com o esforço conjunto será possível enfrentar o desafio do envelhecimento populacional de forma positiva e construtiva.

    O apelo do Papa Francisco é um chamado à ação para toda a humanidade. É um lembrete de que o respeito aos mais velhos não é apenas uma virtude, mas uma necessidade para uma sociedade saudável e equilibrada. Que essa mensagem ecoe em nossos corações e ações, para que possamos caminhar juntos como uma comunidade unida, enriquecendo-nos mutuamente com nossas diferenças e experiências. Somente assim poderemos construir um mundo mais inclusivo e solidário para todas as gerações.

     Que a bênção do Papa Francisco e a mensagem de amor e cuidado aos idosos se espalhem pelo mundo, transformando-o em um lugar mais acolhedor e humano para todos.

 

 

ARTIGO - Análise e Opinião: A Importância da Escolha nas Eleições Espanholas. (Padre Carlos)

  


A esquerda espanhola em busca de uma nova chance.




    Neste domingo, 23 de julho, os espanhóis vão às urnas para decidir o futuro político do país, em uma eleição marcada pela polarização entre a direita e a esquerda. O atual primeiro-ministro, Pedro Sánchez, do Partido Socialista (PSOE), tenta se manter no poder com uma coalizão de esquerda formada pelo Unidas Podemos e por partidos regionais e nacionalistas. Do outro lado, o líder da oposição, Alberto Núñez Feijóo, do Partido Popular (PP), busca retomar o governo com o apoio da extrema direita do Vox e de outras siglas conservadoras.

    A eleição é a quarta em quatro anos na Espanha, um país que vive uma crise política crônica desde 2015, quando o bipartidarismo tradicional entre PSOE e PP foi rompido pela emergência de novas forças políticas. Desde então, nenhum partido conseguiu formar uma maioria estável no Parlamento, o que levou a sucessivos impasses e dissoluções.

    A última eleição, realizada em novembro de 2020, deu a vitória ao PSOE, mas sem maioria absoluta. Sánchez tentou formar um governo de coalizão com o Unidas Podemos, mas enfrentou a resistência dos partidos de direita e dos independentistas catalães, que se opuseram ao seu programa de governo. Após meses de negociações infrutíferas, Sánchez dissolveu o Parlamento e convocou uma nova eleição.

    Desta vez, porém, Sánchez parece ter conseguido costurar uma aliança mais ampla e diversa, que inclui partidos nacionalistas bascos e catalães, além de outras legendas de esquerda e centro-esquerda. A coalizão se apresenta como uma alternativa progressista e democrática ao avanço da direita e da extrema direita na Espanha.

    O PP, por sua vez, aposta na liderança de Feijóo, um político experiente e moderado, que governa a região da Galícia há mais de uma década. Feijóo tenta se distanciar da imagem negativa do seu antecessor no comando do PP, Mariano Rajoy, que foi deposto por uma moção de censura em 2018 após um escândalo de corrupção. Feijóo também busca atrair os eleitores descontentes com a gestão da pandemia de covid-19 pelo governo socialista.

    O Vox, que surgiu em 2018 como uma força política minoritária e ultranacionalista, se tornou a terceira maior força parlamentar na última eleição. O partido defende posições anti-imigração, anti-feminismo, anti-aborto e anti-LGBTQIA+. O Vox também é contrário à autonomia das regiões espanholas e à negociação com os separatistas catalães.

    As principais propostas dos candidatos

    Candidato / Partido / Propostas

    Pedro Sánchez / PSOE / - Fortalecer o Estado de bem-estar social com mais investimentos em saúde, educação e previdência; - Promover a transição ecológica com medidas para reduzir as emissões de gases do efeito estufa e incentivar as energias renováveis; - Dialogar com os independentistas catalães dentro da legalidade constitucional para buscar uma solução política para o conflito; - Defender a integração europeia e a cooperação internacional;

    Alberto Núñez Feijóo / PP / - Recuperar a economia pós-pandemia com medidas de estímulo fiscal e apoio às empresas; - Combater a corrupção com mais transparência e controle dos recursos públicos; - Defender a unidade nacional e a soberania espanhola frente às ameaças separatistas; - Reforçar a segurança pública e o combate ao terrorismo; - Apoiar os valores da família tradicional e da liberdade individual;

    Santiago Abascal / Vox / - Suspender a autonomia da Catalunha e prender os líderes independentistas; - Deportar os imigrantes ilegais e construir um muro na fronteira com o Marrocos; - Proibir os partidos de esquerda e os sindicatos; - Eliminar as leis de igualdade de gênero e de proteção aos direitos LGBTQIA+; - Sair da União Europeia e da OTAN;

    As expectativas para o resultado

    As pesquisas de intenção de voto apontam para uma vitória apertada do PSOE, com cerca de 30% dos votos, seguido pelo PP, com cerca de 25%, e pelo Vox, com cerca de 15%. O Unidas Podemos aparece em quarto lugar, com cerca de 10%, e os demais partidos ficam abaixo dos 5%.

    No entanto, nenhum partido deve obter a maioria absoluta de 176 assentos no Parlamento, o que significa que será necessário formar alianças para governar. A coalizão de esquerda liderada pelo PSOE deve somar entre 180 e 190 assentos, enquanto a coalizão de direita liderada pelo PP deve ficar entre 160 e 170 assentos.

    Assim, tudo indica que Sánchez conseguirá se reeleger como primeiro-ministro, mas terá que negociar com os seus aliados as condições para governar. Entre os principais desafios que ele enfrentará estão a recuperação econômica após a crise sanitária, a gestão da vacinação contra a covid-19, a reforma fiscal e a questão catalã.

    Feijóo, por sua vez, deverá se manter como líder da oposição, mas terá que lidar com a pressão do Vox, que pode tentar impor a sua agenda radical ao PP. Além disso, ele terá que reconstruir a imagem do seu partido após os escândalos de corrupção e as derrotas eleitorais.

    A minha opinião

    Na minha opinião, a eleição na Espanha é uma oportunidade para os espanhóis escolherem entre dois projetos políticos distintos: um que aposta na democracia, na justiça social e na diversidade; e outro que defende o autoritarismo, o neoliberalismo e o nacionalismo.

    Eu acredito que a coalizão de esquerda liderada pelo PSOE é a melhor opção para o país, pois representa uma alternativa progressista.

 

sábado, 22 de julho de 2023

ARTIGO - Vitória da Conquista: a esquerda paga o preço por não formar novos quadros. (Padre Carlos)

 


Números revelam: enquanto a direita cresce, esquerda estagna em Conquista

 


No papel de articulista, recai a importante responsabilidade de trazer à luz assuntos que tanto a esquerda quanto a direita preferem que permaneçam esquecidos ou ignorados, como os episódios relacionados ao fraco desempenho eleitoral ou incômodas alianças. Ao esclarecer essas questões, ainda que desconfortáveis, o articulista desempenha um papel fundamental para fomentar uma compreensão mais aprofundada e crítica da conjuntura política.

Uma análise dos números eleitorais em Vitória da Conquista nas últimas eleições indica um cenário preocupante para a esquerda local. Considerando a disputa para governo do estado na cidade, é possível observar que, de 2020 para 2022, o candidato Jerônimo (PT) obteve praticamente o mesmo número de votos: 53 a mais em 2022.

Ocorre que, no mesmo período, o número de eleitores na cidade aumentou significativamente, em 22.354 votos. Ou seja, o PT estagnou em termos de votos, enquanto o eleitorado cresceu. Isso revela que o partido não soube capitalizar o aumento de eleitores conquistenses para expandir sua votação.

No entanto, os mapas eleitorais recentes e a estagnação do número de votos em partidos de esquerda indicam que esta chance não foi adequadamente aproveitada. Enquanto a direita cresceu exponencialmente, atraindo novos eleitores, a esquerda ficou presa a seus redutos tradicionais. Essa incapacidade de atrair novos votos gerou uma situação delicada. Enquanto a direita obteve expressivo crescimento eleitoral na cidade, ampliando sua base de apoio, a esquerda ficou restrita ao mesmo contingente já fidelizado.

Tal cenário coloca em xeque a atuação do PT durante seus anos à frente da prefeitura de Vitória da Conquista. Apesar de exercer o comando do executivo municipal por várias gestões seguidas, o partido não consolidou um projeto consistente de formação de quadros e engajamento popular.

Agora, diante da expansão acelerada da direita, a esquerda corre o risco real de se tornar minoritária e marginalizada politicamente na cidade. Este perigo só será evitado se houver profunda autocrítica e renovação de práticas, com foco na sociedade civil e na construção coletiva de poder. Do contrário, a possibilidade de retomar a prefeitura tende a ficar cada vez mais remota.

Portanto, os números das urnas enviam um sinal de alerta. Para não se tornar nanica eleitoralmente, a esquerda conquistense precisa aprender com os erros do passado e trabalhar estrategicamente pelo futuro. Este é o desafio a ser enfrentado.

 

 


ARTIGO - A geração que fez a diferença! (Padre Carlos)

A geração que fez a diferença!      Decorridos tantos anos do fim da ditadura, observa-se que a geração da utopia está partindo e a nova...