quinta-feira, 13 de julho de 2023

ARTIGO - O Comportamento Hipócrita dos EUA em Crimes Cibernéticos. (Padre Carlos)

 

 

A Hipocrisia das Potências




        Em um mundo globalizado, a troca de informações e a segurança cibernética são questões fundamentais para qualquer nação. Recentemente, testemunhamos um exemplo claro de hipocrisia e duplo padrão por parte dos Estados Unidos da América, uma potência mundial que acusa outros países de comportamento autoritário enquanto age de forma seletiva em relação aos crimes cibernéticos. O caso envolvendo a Petrobras e o governo de Dilma Rousseff, no qual os EUA permaneceram em silêncio, contrasta fortemente com a resposta imediata que tiveram diante de hackers chineses atacando agências governamentais norte-americanas. Diante desses fatos, surge a pergunta inevitável: será que os EUA não compreendem que as ações que condenam nos outros também podem afetá-los?

    Há algum tempo, foi denunciado publicamente que órgãos de informação dos Estados Unidos estavam envolvidos no hackeamento da Petrobras e do governo de Dilma Rousseff. No entanto, a reação dos EUA a essas revelações foi notavelmente inexpressiva. Em contraste com sua postura atual em relação aos hackers chineses, o silêncio norte-americano naquela ocasião levanta sérias questões sobre sua imparcialidade e sobre a coerência de sua política externa. Como é possível acreditar que um país está acima do bem e do mal, quando escolhe quais violações condenar com base em seus interesses?

           A recente violação das contas de e-mail de agências governamentais norte-americanas por hackers chineses trouxe uma resposta completamente oposta por parte dos EUA. De repente, todos os órgãos de informação até o Congresso Norte-Americano se mobilizaram para denunciar as agressões e crimes contra seu país. Essa reação imediata e enérgica é compreensível, afinal, a segurança de qualquer nação é uma prioridade. No entanto, a falta de coerência na resposta norte-americana é evidente e alarmante.

        O ditado popular "o pau que dá em Chico dá em Francisco" é um lembrete importante da reciprocidade e responsabilidade que cada nação deve ter quando se trata de ações ilícitas, especialmente no âmbito cibernético. O comportamento dos EUA diante desses dois casos evidencia uma postura seletiva e conveniente, na qual os interesses próprios parecem ditar a resposta. É preocupante que uma potência global, que se posiciona como defensora da democracia e dos direitos humanos, falhe em cumprir com os princípios fundamentais que defende.

    A hipocrisia dos Estados Unidos da América diante de ações autoritárias no campo cibernético é um reflexo de uma realidade complexa e desafiadora. Embora seja compreensível que os governos defendam seus interesses nacionais, é fundamental lembrar que a reciprocidade e a coerência são pilares essenciais para a credibilidade de qualquer nação. A postura adotada pelos EUA, ao escolher quais violações denunciar e quais ignorar, mina sua posição moral e o papel que desempenha na comunidade internacional. Afinal, se eles esperam que o mundo os levem a sério em questões de segurança cibernética, é imprescindível que também estejam dispostos a enfrentar as consequências de suas próprias ações. Caso contrário, sua credibilidade e liderança serão prejudicadas, e a luta por um mundo mais justo e seguro se tornará apenas uma fachada vazia.

 

 


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