Governador Tarcísio naturaliza
violência policial
O governador
de São Paulo, Tarcísio de Freitas, afirmou estar “extremamente satisfeito” com
a ação da polícia em uma megaoperação realizada no Guarujá, no litoral
paulista, no final de semana. A ação resultou na morte de 10 pessoas, de acordo
com a Ouvidoria das Polícias, enquanto o governador alega que foram 8.
Freitas também chamou as denúncias de
tortura de “narrativas”. “Há de se ter um respeito com a instituição, com a
polícia”, afirmou. “Sem ordem, a gente nunca vai ter progresso.”
As
declarações do governador foram recebidas com repúdio por diversos setores da
sociedade. O Conselho Estadual dos Direitos da Criança e do Adolescente
(Conedca) afirmou que a operação foi uma “chacina” e que a polícia “agiu de
forma desmedida”.
A Defensoria Pública do Estado de São Paulo
também se manifestou contra a operação. A Defensoria afirmou que vai acompanhar
as investigações e que vai cobrar que os responsáveis pela chacina sejam
responsabilizados.
A operação no Guarujá foi mais um exemplo
da violência policial que assola o Brasil. Em 2022, a polícia brasileira matou
mais de 6.600 pessoas, segundo o Anuário Brasileiro de Segurança Pública. Esse
número é o maior da história do país.
A violência policial é um problema
estrutural no Brasil. Ela é resultado de uma série de fatores, como a
desigualdade social, a falta de políticas públicas eficazes para combater o
crime e a cultura do extermínio.
O discurso do governador Tarcísio de
Freitas ajuda a naturalizar a violência policial. Ao afirmar que está
“extremamente satisfeito” com a ação da polícia, o governador está dando um
sinal de que a violência é uma solução aceitável para o problema da segurança
pública.
Esse discurso é perigoso e precisa ser combatido. A violência policial não é uma solução para o problema da segurança pública. Ela é um problema que precisa ser resolvido.
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