segunda-feira, 3 de julho de 2023

«Amanhã ainda seremos humanos?»

«Amanhã ainda seremos humanos?»



        O cartaz que me interpelou na Rua Bahia em Belo Horizonte, era uma provocação artística e política. Nele se lia: «Amanhã ainda seremos humanos?» e se via uma colagem de rostos diversos, entre os quais se destacavam os de Trump e Bolsonaro líderes de extrema direita que ameaçam o equilíbrio mundial. Ao lado da frase, uma reprodução de «O grito» de Munch, símbolo do desespero existencial.


        O que quis o autor do cartaz transmitir com esta obra efémera e anónima? Que mensagem quis ele enviar aos transeuntes que passavam pela rua? Seria um alerta para os perigos do Fascismo, da manipulação mediática, da perda de identidade, da desumanização? Seria uma crítica à indiferença, à apatia, à resignação? Seria um convite à reflexão, à ação, à resistência?


        Lembrei-me de um verso de um poeta portugues: «Falaram-me os homens em humanidade, / Mas eu nunca vi homens nem vi humanidade.» Será que ainda vemos homens e humanidade no mundo de hoje? Será que ainda reconhecemos o valor da vida, da liberdade, da dignidade? Será que ainda somos capazes de sentir compaixão, solidariedade, esperança?


      O cartaz não me deu respostas, mas fez-me perguntas. E talvez esse seja o papel da arte: questionar, incomodar, despertar. Amanhã ainda seremos humanos? Depende de nós.

 

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