quarta-feira, 26 de julho de 2023

ARTIGO - A Resistência Conservadora à Mudança na Igreja. (Padre Carlos)

 


Desafios e Tensões

 


 A entrevista recente concedida por Dom Norberto Förster, bispo da Diocese de Ji-Paraná, Rondônia, ao Catholich.de, trouxe à tona questões pertinentes sobre as diferenças entre o Brasil e a Alemanha, bem como as tensões enfrentadas em sua diocese e as mudanças ocorridas desde o Sínodo da Amazônia. Vale a pena refletir sobre essas revelações e suas implicações para a Igreja Católica no país.

Desafios da sinodalidade e resistência do clero: Uma das questões abordadas por Dom Norberto é a resistência de parte do clero e do presbitério em acolher os pedidos constantes do Papa Francisco em busca de uma maior sinodalidade na Igreja. Alguns jovens padres extremamente conservadores têm se mostrado contrários às mudanças propostas, inclusive queimando documentos escritos pelos bispos sem entregá-los aos fiéis. Essa atitude revela uma resistência à participação dos leigos e à democratização das decisões eclesiais.

Influência de grupos conservadores: Além da resistência interna, Dom Norberto também mencionou a influência de grupos políticos e religiosos extremamente conservadores que têm impacto significativo através das redes sociais. Esses grupos propagam uma visão tradicionalista e podem minar o espírito profético da Igreja, dificultando a abertura para uma maior inclusão e diálogo com a sociedade.

Situação não isolada: É importante ressaltar que a realidade descrita pelo bispo de Ji-Paraná não é um caso isolado. Várias dioceses enfrentam desafios semelhantes, onde a resistência a mudanças e a influência de grupos conservadores têm se mostrado obstáculos à sinodalidade e ao avanço da Igreja.

 Diante dessas revelações, é necessário um profundo discernimento e diálogo dentro da Igreja Católica no Brasil. A sinodalidade, proposta pelo Papa Francisco, busca uma maior participação dos leigos nas decisões e uma Igreja mais próxima das realidades e desafios enfrentados pelas comunidades. É fundamental que os líderes religiosos promovam esse diálogo interno, conscientizando e respeitando diferentes perspectivas, mas sempre visando o bem comum e a missão evangelizadora da Igreja.

A superação desses desafios requer uma abertura ao Espírito Santo, uma escuta atenta às vozes dos fiéis e uma coragem para enfrentar resistências e influências negativas. Somente assim a Igreja Católica poderá se renovar, se adaptar aos tempos atuais e cumprir sua missão de ser uma Igreja acolhedora, inclusiva e comprometida com os mais necessitados.

A reflexão sobre a realidade da Igreja Católica no Brasil, à luz das revelações feitas por Dom Norberto Förster, é um convite a todos os leitores a se engajarem nesse processo de transformação e renovação, buscando uma Igreja mais sinodal e fiel ao Evangelho de Jesus Cristo.

 


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