A banalidade do mal e Bolsonaro
Em meus artigos, sempre busquei trazer os elementos da
filosofia para uma abordagem mais próxima da realidade. Como dizia Sartre, o engajamento do filosofo, é que traz para perto do seu
público as questões filosóficas. Assim, nenhuma intelectual poderia esclarecer
melhor e ajudar compreender o fenômeno Bolsonaro e seus eleitores, quanto
Hannah Arendt (1906-1975). Mais que pensadora dedicada ao mundo das ideias, a
filósofa alemã de origem judaica testemunhou o mal concreto do nazismo e fez do
totalitarismo o objeto de sua investigação em diversas obras. A resolução de
Arendt sobre a “banalidade do mal” pode abrir alguma perspectiva no sentido de
entendermos como o fantasma do fascismo retorna a política brasileira depois de
quase um século desaparecido como força política.
O fenômeno
Bolsonaro não se deu apenas pela crise política e econômica, mas devido às
crises das instituições públicas e da classe política. O cenário crítico dos
últimos anos agiu favoravelmente para o surgimento de elementos do inconsciente
que pensávamos esta superada neste novo século. Esta conjuntura não é restrita
ao Brasil, mas presente em toda cultura ocidental em que são rompidos os pactos
sociais e o enfraquecimento do conceito de nacionalidade. Sem repactuar as
classes, o tecido que norteia o projeto de nação é desfeito, só restando assim,
a identidade tribal. Diante disto, podemos afirmar que a desintegração dos
valores individuais e republicanos, o fortalecimento de lideranças de
ultradireita e de movimentos nacionalistas e separatistas, são algumas
características do surgimento deste fenômeno.
O personagem Bolsonaro é velho conhecido, como podemos perceber, este é o discurso da extrema-direita, este agrupamento alcançou 177 milhões de votos dos brasileiros, com uma plataforma política contra mulheres, negros e homossexuais até discursos de conotação marcadamente fascistas, como o apoio a torturadores militares e a incitação pública da violência e do ódio. E, por essa razão, incentiva a projeção de todo mal, de tudo que é mesquinho e não heroico, sobre Lula e o PTe ultimamente no Congresso e no STF, que ele representa como a incorporação de tudo o que é instável e corrupto. Entender o que Bolsonaro representa é fácil; o difícil mesmo é compreender os que compactuam com suas ideias. Como o discurso autoritário vem se tornando uma opção viável em eleições democráticas?
Podemos constatar que as reações xenófobas atingiram um grau de violência aqui no Brasil nunca visto. Não sabemos como enfrentar o vento de ódio e irracionalismo que se levantou.
O personagem Bolsonaro é velho conhecido, como podemos perceber, este é o discurso da extrema-direita, este agrupamento alcançou 177 milhões de votos dos brasileiros, com uma plataforma política contra mulheres, negros e homossexuais até discursos de conotação marcadamente fascistas, como o apoio a torturadores militares e a incitação pública da violência e do ódio. E, por essa razão, incentiva a projeção de todo mal, de tudo que é mesquinho e não heroico, sobre Lula e o PTe ultimamente no Congresso e no STF, que ele representa como a incorporação de tudo o que é instável e corrupto. Entender o que Bolsonaro representa é fácil; o difícil mesmo é compreender os que compactuam com suas ideias. Como o discurso autoritário vem se tornando uma opção viável em eleições democráticas?
Podemos constatar que as reações xenófobas atingiram um grau de violência aqui no Brasil nunca visto. Não sabemos como enfrentar o vento de ódio e irracionalismo que se levantou.
Desta forma,
gostaríamos de acrescentar que Arendt não pretendeu abdicar do cidadão comum
alemão, nem os nazistas das responsabilidades cometidas em nome do fascismo.
Tampouco deu a ele o aspecto monstruoso que tentaram colocar em todos que
ajudaram os nazistas a cometerem todo tipo de atrocidades. Demonstrou, contudo,
como os homens e mulheres de bem em conjunturas históricas adversas são levados
a apoiarem ideias equivocadas e extremadas. O mal é de certa forma tão
corriqueiro que acaba por ser incorporado como algo extremamente trivial.
Padre Carlos
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