sexta-feira, 10 de maio de 2019

O Dia das Mães


O Dia das Mães

            A ideia de dedicar um dia às mães nasceu nos Estados Unidos, mas é antiga a forma como todas as culturas e religiões dedicam homenagem àquela que é responsável pelo milagre da vida. Em Portugal e na Espanha, já foi comemorado no dia 8 de dezembro – o significado, no entanto, mantém-se ligado à Virgem Maria.
             “O Dia das Mães” é celebrado no nosso país, no segundo domingo de maio – este domingo. Na Roma Antiga homenageava durante três dias Cibele, mãe de todos os deuses. Na Grécia clássica, a festa era dedicada à deusa Reia – mais ou menos o equivalente a Cibele, também era mãe de todos os deuses gregos –, com a particularidade de Reia ser mulher de Cronos, o deus que trouxe a palavra “cronologia” às culturas latinas, já que regia o tempo que passa. Tal como outras festas religiosas – como o Natal – também o dia das mães se tornou um grande momento para o comércio.
            Nesta data, gostaria de colocar nas minhas orações As Mães brasileiras que perderam seus filhos para a ditadura civil militar e em nome de Zuzu, quero homenagear todas as mães.  Elas que não ponderam segurar os filhos mortos nos braços, enxugar o suor e o sangue de seus poros e dar o beijo da despedida. Não jogou flores sobre o caixão, nem teve uma sepultura para visitar quando a saudade doeu fundo na alma. Também gostaria de lembrar As Mães da Praça de Maio (Madres de Plaza de Mayo) são mulheres que se reúniam na Praça de Maio, em Buenos Aires, para exigirem notícias de seus filhos desaparecidos durante a ditadura militar na Argentina (1976-1983). Alguns pais, considerados subversivos, tiveram seus filhos retirados de sua guarda e colocados para a adoção durante os sete anos de ditadura.
            Para as mães brasileiras e argentinas que sofreram toda esta paixão e morte, só Maria pode entender esta dor, porque é impossível entender a dor de uma mãe, diz o papa Francisco.
            Ouvindo relatos de algumas mães, este me chamou atenção: Eu gostaria de ver pelo menos o corpo, os ossos da minha filinha, para saber onde ela foi enterrada. Tem que existir nem que seja na nossa memória, algum lugar em que possamos vivenciar estes companheiros e companheiras desaparecidos.
            O memorial que existe na nossa cidade aos desaparecidos políticos, tem o caráter também de explicar a angústia e o sofrimento destas mães.
            O desespero das mães brasileiras foi terrível, não podendo fazer nada além de morrer um pouco a cada dia buscando pelos seus meninos e meninas que não retornaram jamais.

Padre Carlos



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