quinta-feira, 30 de maio de 2019

ARTIGO | O Muro e as minhas esperanças (Padre Carlos)





O Muro e as minhas esperanças
           

            “Há pessoas que choram por saber que as rosas têm espinho. Há outras que sorriem por saber que os espinhos têm rosas!”
Machado de Assis
            Este ano vai completar 30 anos da queda do Muro de Berlim. Foi exatamente em nove de novembro de 1989, que este grande acontecimento de amplas consequências não só para a Alemanha como também para todo o mundo, teve o seu desfecho final. O Muro de Berlim, construído pela Alemanha Oriental para separar a Berlim Ocidental, não comunista, da Berlim Oriental, começou a ser construído em 13 de agosto de 1961 e foi derrubado em 1989. Menos de um ano depois, em três de outubro de 1990, concretizava-se a reunificação da Alemanha, que estivera dividida durante 41 anos em consequência da derrota do país na Segunda Guerra Mundial.
           
Este fato mexeu com a cabeça de muita gente, quando fiquei sabendo do ocorrido, me veio na hora uma sensação de alegria, mas ao lembrar pessoas e não posso deixar aqui de ciar o velho (Carlos Prestes), que deram suas vidas por um ideal comunista, seria trágico ver suas utopias sendo colocadas a baixo junto com aquele muro.
            Naquele mesmo ano, outro episódio dava alento e esperança a esquerda no Brasil, um candidato do campo progressista, Luiz Inácio Lula da Silva foi para o segundo turno das eleições presidências. Foram as primeiras desde 1960 em que os cidadãos brasileiros aptos a votar escolheram seu presidente da república. Da coligação encabeçada pelo Partido dos Trabalhadores, e Fernando Collor de Mello, da coligação encabeçada pelo PRN.
            Apesar da queda do Muro de Berlin, ter desestabilizado algumas certezas na nossa cabeça, com a nova conjuntura que se formava em nosso país, não tive tempo de processar todos aqueles acontecimentos.
         
          Para minha grande surpresa, no comício de Lula na capital Fluminense testemunhei a alegria da multidão ao escutar o “cavaleiro da esperança.” Assim, discursando entre bandeiras vermelhas no comício realizado na Candelária no Rio de Janeiro em 1989 o Velho me dava uma lição de vida e de fé no amanhã.
         
   Faz alguns anos, que descobrir através de uma reportagem com Anita Prestes, que as rosas amarelas eram as preferidas do Velho. Segundo ela, nas casas que se escondia na clandestinidade, ele sempre cultivava estas rosas. Isto me fez lembrar de novo deste grande personagem da nossa história. Cultivando estas rosas que são os nossos sonhos e utopias, ele deixou mais do que uma semente, deixou raízes e troncos na história nacional, pétalas e espinhos na memória dos brasileiros.
Prestes faleceu em março de 1990, O “cavaleiro da esperança” nos legou a certeza de tornar a florescer em cada nova estação.


Padre Carlos.
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