A moral como
inimiga
Uma questão que chama atenção dos
cientistas político nos últimos tempos é como trabalhar no campo político sem
desprezar a ética e a moral. Por melhor que seja a moral, ela jamais será
compatível com a pureza do político honesto que idealizamos em nossos sonhos.
Tudo isto nos remete a grade questão: O que é “honestidade”? Ela é comumente
compreendida nos dias atuais, em sua vinculação com a veracidade da palavra,
com o senso de justiça e o cumprimento das leis.
É justiça legislar para uma minoria,
enquanto a maioria da população fica a margem das políticas públicas? Explico:
não basta o cumprimento das leis para garantir a correta aplicação dos
recursos, já que é possível furtar dinheiro público legalmente. A serviço dos
ladrões do erário encontram-se dispositivos legais como a Lei de
Responsabilidade Fiscal (Lei Complementar no. 101, de 4 de maio de 2.000), que
torna o pagamento à bancos prioritários em relação ao investimento em educação
e saúde, por exemplo. Assim, muitos políticos, que apoiaram o golpe e financiam
o ódio contra Lula e o PT, podem posar de honestos, simplesmente porque drenam
milhões e milhões em verbas públicas para suas empresas privadas, mas o fazem
de modo “legal”.
Não se faz política sem alianças e
não se governa sem uma coalizão. Este é o manual da democracia burguesa. Neste
jogo tem regras claras e quem não souber joga-las, não governa. Maquiavel nunca
disse que o fim justificava os meios, esta frase foi atribuída a ele, por seus
adversários ligados a Igreja.
Há um momento na política, que é
necessário fazer um cálculo entre custo benefício, para atingir nossos objetivos,
é necessário fazer alguns sacrifícios e isto esta relacionada a fazer uma
maioria dentro de um Congresso como o nosso.
Durante a segunda guerra, os aliados
tiveram que fazer alguns acordos com a máfia, para consolidar algumas posições
dentro do terreno do inimigo. A grande questão desta abordagem é saber o que é
pior, em nome da ética e das mãos limpas, não vamos sujar a nossa imagem? Vamos
deixar a Europa ser sucumbida ao Nazi-fascismo ou fazer uma aliança com a Máfia,
para acabar com o sofrimento de milhões de pessoas?
Não podemos aceitar a corrupção nem
defende-la, porém, jamais aceitaremos a volta do chicote nem da senzala. Minha
ética é que todos tenham vida. ·.
Pe. Carlos
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