Indiferença ou exclusão?
Uma das minhas cenas preferidas no cinema foi protagonizada por Al Pacino no filme O Advogado do Diabo. Na cena final do filme, Al Pacino, protagonizando o diabo em pessoa, solta a frase "A vaidade é, definitivamente, meu pecado predileto!".
Ninguém ganha uma eleição sozinho, a vaidade pode levar outro grande pecado que é a indiferença e é sobre ela que gostaríamos de chamar atenção para o conjunto do partido. Não vamos cometer os mesmos pecados, todos os filados e agrupamentos do partido são importantes e merecem fazer parte deste projeto.
Diante disto, nos perguntamos: o que seria preferível, que o partido que você ajudou a construir e os companheiros que durante décadas estiveram a seu lado lhe odiasse, ou que lhe fosse totalmente indiferente? Que perdesse o sono imaginando maneiras de fazer você se dar mal ou que dormisse feito um anjo a noite inteira, esquecido por completo da sua existência? O ódio é também uma maneira de se estar com alguém. Já a indiferença não aceita declarações ou reclamações: seu nome não consta mais do cadastro.
A grande diferença da indiferença não está somente quanto ao alvo, mas principalmente em sua real intenção. Há quem jamais ignore uma cena de violência e injustiça na rua, a sua frente, assim como as conquistas ou dificuldades que atravessam o país, sendo um combatente nas trincheiras por conquistas sociais, mas, é incapaz de reconhecer alguns membros do partido como companheiro. A gente até espera que os adversários ou os grupos que sempre estiveram contra o nosso projeto, fossem indiferentes, assim, quando isso vem de quem achamos que são nossos verdadeiros companheiros, pode ser um sinal.
Todo agrupamento merece respeito e atenção por parte do partido e das suas lideranças, quando isto não acontece, chega uma hora em que não adianta insistir para ouvir nossos pleitos e nosso grito por sobrevivência política, assim todas as nossas reivindicações terminam ecoando no vazio. Mas vale apena analisar para não tomar uma atitude precipitada, se o desinteresse do outro é pontual, ou se ele está incomodado com a nossa presença no partido. Gostaríamos de chamar atenção dos companheiros, para que antes de apelar para a indiferença, lembrem que ela fere, distancia e é um ato de falta de companheirismo talvez pior que o ódio, pois aprisiona sob a casca do descaso.
Quando um grande compositor brasileiro escreveu com propriedade que um mais um é sempre mais que dois, ele já compreendia que caminhando só caminha-se mais rápido, porem aqueles que caminham em grupo vão mais longe.
Padre Carlos
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