A vida é um dom de Deus
Hoje ao receber a notícia que 42
presos foram encontrados mortos em celas de três presídios do estado do
Amazonas, lembrei que em janeiro de 2017, uma
rebelião de 17 horas resultou na morte de 56 pessoas no Compaj e em dezembro de
2018, um agente penitenciário tinha sido assassinado dentro deste complexo.
Estes acontecimentos era o suficiente para que o estado que é o grande responsável
por estas vidas, toassem providencia para que jamais se repetisse tal barbárie.
Não podemos tampar o sol com uma
peneira, infelizmente, temos que admitir que o sistema
carcerário esta falido, superlotado e entranhado pela corrupção e dominado pela
disputa de poder entre facções criminosas; são poucas as medidas que tentam, de
fato, resolver o problema. Assim, nos tornamos a mão destes carrascos ao fechar
a todo o momento os olhos e não denunciamos os verdadeiros responsáveis,
aqueles que tinham o poder de evitar. Sabíamos do histórico de rebeliões nos
presídios do Estado do Amazonas, no entanto não fizemos nada e a nossa inercia
misturada com a nossa omissão, levaram mais uma vez, a testemunhar a falta do
estado nestes acontecimentos que levaram dezenas de mortos.
O mesmo
estado que hoje condenou quarenta e duas pessoas à morte, protege com todo o
rigor da justiça os transgressores bem-nascidos e a elite política e econômica.
Cuidamos bem da elite que vai parar
atrás das grades, sempre com a esperança que ela possa retornar ao convício
social como se nada tivesse acontecido.
Já com os “Josés” e as “Marias” de sempre a coisa é diferente. Não queremos ressocializar ninguém. Para que mesmo vamos dar mais uma chance para aqueles que não merecem ter oportunidades, pois nasceram pobres e pobres devem morrer. Assim é a política do novo governo: “bandido bom é bandido morto”.
Desta forma, nosso modelo de masmorra medieval é aplicado na Amazonas e no resto do país, serve bem, pois lá se pratica toda sorte de castigos corporais e mentais. Lá se aniquila aos poucos, e com requintes de crueldades, aqueles que nos achamos que, afinal de contas, merece mesmo isso tentar retomar o controle das cadeias.
Como Padre e coordenador da Pastoral Carcerária, tive a oportunidade de visitar vários presídios e constatar que existe na verdade uma reprodução de um modelo que é nacional. Vimos que a questão carcerária não é parte das políticas públicas de segurança e que os presídios são a válvula de escape para quando todo o resto falhar.
O governo parece dizer que não temos direitas as políticas públicas nas áreas de educação, saúde e moradia e se a falta desta política falharem, pois sempre teremos as masmorras para atirar os que o Estado não conseguir atingir com seu enorme braço.
Já com os “Josés” e as “Marias” de sempre a coisa é diferente. Não queremos ressocializar ninguém. Para que mesmo vamos dar mais uma chance para aqueles que não merecem ter oportunidades, pois nasceram pobres e pobres devem morrer. Assim é a política do novo governo: “bandido bom é bandido morto”.
Desta forma, nosso modelo de masmorra medieval é aplicado na Amazonas e no resto do país, serve bem, pois lá se pratica toda sorte de castigos corporais e mentais. Lá se aniquila aos poucos, e com requintes de crueldades, aqueles que nos achamos que, afinal de contas, merece mesmo isso tentar retomar o controle das cadeias.
Como Padre e coordenador da Pastoral Carcerária, tive a oportunidade de visitar vários presídios e constatar que existe na verdade uma reprodução de um modelo que é nacional. Vimos que a questão carcerária não é parte das políticas públicas de segurança e que os presídios são a válvula de escape para quando todo o resto falhar.
O governo parece dizer que não temos direitas as políticas públicas nas áreas de educação, saúde e moradia e se a falta desta política falharem, pois sempre teremos as masmorras para atirar os que o Estado não conseguir atingir com seu enorme braço.
Padre Carlos
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