Filosofia e a política
Arendt
examina o que (não) passa pela cabeça do criminoso sendo julgado em Jerusalém,
mas também sobre a influência do fascismo sobre as massas.
Um jovem me perguntou outro dia, o que a filosofia tem
haver com a política? Eu disse: um filósofo reflete sobre todas as questões do homem e do mundo a sua volta. A palavra filosofia
vem de “amor pela sabedoria” e os primeiros filósofos fundamentaram todo o
caminho para a ciência que temos hoje. Refletindo sobre método, conhecimento,
como o homem se comporta, deveria se comportar e qual é o sentido na nossa
existência.
A
filosofia política estuda as formas de governo, como os indivíduos se organizam
e se relacionam. O melhor a fazer pela filosofia política talvez seja não tanto
teorizá- -la, e sim praticá-la. Para Sartre, o filósofo tem que está engajado
com os problemas políticos de sua época, ele não concebia uma filosofia
teórica, sua militância e o seu trabalho são reflexo desta ação.•.Para o filósofo que quer trabalhar esta vertente da filosofia, é importante que ele esteja comprometido com a vida política, ter uma experiência política. Isso porque a filosofia, mesmo política, me parece que tende a ser muita filosofia e pouca prática, pouca política. Desta forma, vemos em Sartre uma abordagem do colonialismo europeu e principalmente o francês e suas colônias na África. Arendt examina o que (não) passa pela cabeça do criminoso sendo julgado em Jerusalém, mas também sobre a influência do fascismo sobre as massas. O que eu quero dizer, é que não se fabrica filosofia política; ela é práxis.
Não vejo como fazer filosofia política sem uma opção decidida pela vida ativa. E penso que, no Brasil, a filosofia política deve cada vez mais abordar questões relativas ao nosso dia-a-dia. Filosofar sobre a prática coletiva não é a mesma coisa que simplesmente revestir opiniões com a roupagem de grandes autores. É abrir rumos novos. É até mesmo tomar partido, mas jamais adotar, como critério, o de seguir um partido.
Só a filosofia pode nos explicar como a política se tornou um conflito duro de interesses e de valores, vinculados uns aos outros, e, ambos, enraizados em classes, frações de classe e camadas sociais.
Padre
Carlos
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