terça-feira, 11 de junho de 2019

ARTIGO | Um momento, uma lembrança (Padre Carlos)





Um momento, uma lembrança




            Durante muito tempo, vivi com a perspectiva de que era infinito (Imortal). Achava que podia fazer tudo e que tinha todo o tempo do mundo. Foi o convívio com os monges de Taizé, durante o ano que passei nesta comunidade ecumênica, que me despertou para descobrir um Deus mais acessível, para todos os povos. Não devemos restringi-lo a uma instituição qualquer que seja, pois Ele transcende religiões e culturas. Antes de entrar no seminário, tive esta oportunidade de conviver neste mosteiro e entender verdadeiramente sobre o movimento ecumênico. Esta é a mística dos Irmãos de Taizé e do   Irmão Roger, o monje suíço protestante que fundou a comunidade de Taizé na França –um dos mais importantes centros ecumênico, ela parte da  ideia que católicos, evangélicos, protestantes, ortodoxos, anglicanos e muitos outros grupos cristãos se sentem à mesa para debater sobre temas que a eles são comuns, por exemplo: o testemunho cristão em terras distantes; os trabalhos sociais que se podem fazer juntos; a produção acadêmica; liberdade religiosa; entre outros.
            Assim, passei a entender, que todos os momentos da minha vida são importantes. Como dizia o Irmão Michel, “Nunca se esqueça Carlos, cada segundo que passa não volta mais”. É a pura verdade!
     
       Hoje, quase sexagenário, olho para traz com uma saudade, porem, a certeza de que vivi cada momento de forma intensa mais ao mesmo tempo responsável.
            O homem ao se tornar pai aos cinquenta a
nos, tem outra visão de educação e convívio familiar. Esta certeza que é finitude, se transforma em  uma presença mais constante ao lado da família e a estabilidade emocional, lhe proporciona um coração mais  misericordioso diante dos filhos e amigos. Ele não precisa abandonar a família para conquistar o mundo, como faz os homens mais novos. Nesta altura da vida ele já descobriu que o verdadeiro tesouro são os familiares e os amigos.
          
  Aprendi muito com aqueles monges que vinham de diversos nacionalidades e seguimentos Cristãos. Por isto hoje, faço valer cada instante e busco nunca desperdiçar, qualquer oportunidade para ser feliz. 


Pe. Carlos

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