Um coração para amar e perdoar
Existe nesta vida
pessoas que tem uma personalidade inabalável, pelo menos é essa impressão que fica. Elas são capazes de suportar todos os sofrimentos, sem que isso
comprometa sua capacidade de amar além é claro de poder superar e ser feliz;
também existem aquelas que sejam indiferentes aos sofrimentos alheio, não sensibiliza
com a dor que os outros estão sentindo. Não podemos negar que existem também indivíduo ,
que sinta solidariedade pelo sofrimento do outro e sofra junto com que sofre e
sinta na própria carne o sofrimento alheio, da mesma forma que sente tudo
aquilo que acontece na sua vida. Trata-se de sensibilidades diferentes, de
formas de viver e sentir distintas.
« - Posso sentar um pouco? - Faça o favor - A vida é
um dilema- Nem sempre vale a pena... - Pô...- O que é que há?-
Rosa acabou comigo - Meu Deus, por quê? - Nem Deus sabe o motivo - Deus é bom».
Ora, a presença
real é fundamental para não nos sentirmos tão sós na nossa dor, estar só é
estar no íntimo do mundo. É essa presença que, atualmente, substituímos pela
presença virtual. Desacompanhados, na nossa solidão interior, a «presença» à
distância de outro, que se revela solidário com os nossos sentimentos, acaba
por ser a realidade alcançável que nos garante a segurança de podermos sofrer
em companhia, de nos sentirmos escutados, e que nos dá a ilusão de nos
sentirmos amados.
É porque os nossos corações são, na
realidade, de carne e sangram que necessitamos dos outros, que nos sentimos
valorizados, naquilo que revelamos e, muitas vezes, naquilo que procuramos
ocultar, porque os verdadeiros amigos sabem quando estamos representando uma
máscara social ou sendo sincero e, ao confrontar com as nossas limitações ou
ilusões, termina nos obrigando a voltar a nós mesmos, à nossa essência.
Assim, como qualquer tipo de
exagero, o extremo acaba por não ser uma boa estratégia, porque o que importa
mesmo é o equilíbrio, para que possamos ser o que realmente somos e deixemos os
outros se revelarem.
Padre Carlos
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