quarta-feira, 12 de junho de 2019

ARTIGO | Que falta de respeito seu juiz! (Padre Carlos)




Que falta de respeito seu juiz!


            Faço política a quarenta e cinco anos.  Comecei a fazer em uma época onde o respeito e a confiança era fundamental para sobreviver. Por isto, hoje tenho uma herança moral para transmiti as minhas filhas. Ao longo da vida fiz amigos. Amigos com diferentes ideias e opiniões. Tenho muito orgulho de respeitar pessoas de todos os credos e filiações partidárias. Não é isso que define um ser humano para mim, mas sim a sua prática no dia-a-dia. A forma como lida com as pessoas principalmente aqueles sem recursos, quer financeiramente quer em termos de posição social ou profissional.
   
         A educação é para mim sinónimo de respeito pelo próximo e por todas as diferenças. Se uma pessoa é um bom ser humano é incapaz de querer mal aos outros, de fazer ou que não gostariam que lhe fizessem.
            Pode ser que a minha forma de ver a vida seja apenas uma ilusão, mas tenho mantido firme nestes meus princípios.
            Por isso mesmo doí profundamente o estado a que chegámos enquanto nação. Ouvir discursos que nada mais é que incitamentos a violência, li entrevistas de quem deveria por razões profissionais e pessoais ter conhecimento da realidade do país, mas a sede do poder e a certeza da impunidade, lhes proporcionaram a fazer política com a toga e com seus atos levaram inocentes a cadeias e destruíram com suas vaidade  empresas brasileiras e a reputação do Brasil no exterior. O nosso imaginário coletivo precisa de uma representação humana. A toga faz a transição entre o homem e o ideal, mas, infelizmente esta transição está cheias de imperfeições. Usar a toga é tomar parte da comunidade daqueles que devem dizer o que é justo, não cometer injustiça,  tudo isto me parece uma loucura total.
   
         Não é por mim que me preocupo. Mas pelas minhas filhas. Que país vai sobreviver a isto?
            Para muitos comentaristas e analistas que falam e escrevem sobre o Brasil, mas que não têm a mínima ideia do que éramos enquanto sociedade antes da Constituição Cidadã, convém alertar para o fato de a Democracia ser frágil e não substituível por algo melhor. Pelo menos até hoje ninguém descobriu melhor forma de viver em sociedade.

Padre Carlos

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