Que falta de respeito seu juiz!
Faço política a
quarenta e cinco anos. Comecei a fazer
em uma época onde o respeito e a confiança era fundamental para sobreviver. Por
isto, hoje tenho uma herança moral para transmiti as minhas filhas. Ao longo da
vida fiz amigos. Amigos com diferentes ideias e opiniões. Tenho muito orgulho
de respeitar pessoas de todos os credos e filiações partidárias. Não é isso que
define um ser humano para mim, mas sim a sua prática no dia-a-dia. A forma como
lida com as pessoas principalmente aqueles sem recursos, quer financeiramente
quer em termos de posição social ou profissional.
Pode ser que a minha
forma de ver a vida seja apenas uma ilusão, mas tenho mantido firme nestes meus
princípios.
Por isso mesmo doí
profundamente o estado a que chegámos enquanto nação. Ouvir discursos que nada
mais é que incitamentos a violência, li entrevistas de quem deveria por razões
profissionais e pessoais ter conhecimento da realidade do país, mas a sede do
poder e a certeza da impunidade, lhes proporcionaram a fazer política com a toga
e com seus atos levaram inocentes a cadeias e destruíram com suas vaidade empresas
brasileiras e a reputação do Brasil no exterior. O nosso
imaginário coletivo precisa de uma representação humana. A toga faz a transição
entre o homem e o ideal, mas, infelizmente esta transição está cheias de
imperfeições. Usar a toga é tomar parte da comunidade daqueles que devem dizer
o que é justo, não cometer injustiça, tudo isto me
parece uma loucura total.
Para muitos
comentaristas e analistas que falam e escrevem sobre o Brasil, mas que não têm
a mínima ideia do que éramos enquanto sociedade antes da Constituição Cidadã, convém
alertar para o fato de a Democracia ser frágil e não substituível por algo
melhor. Pelo menos até hoje ninguém descobriu melhor forma de viver em
sociedade.
Padre Carlos
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