Um homem de palavra
No meu tempo de militância no período de chumbo, a
palavra na política era sagrada. Quem não a honrasse era rapidamente
marginalizado, até excluído do nosso convívio. Os
acordos eram verbais e honrados na esmagadora maioria dos casos. Hoje, os
acordos político são todos (ou quase) sob a forma eleitoreira e baseada em
loteamentos do poder e revista muitas vezes para acrescentar ou detectar falhas
que permitam aos signatários escapar a responsabilidades assumidas depois da
eleição ou da nova conjuntura.
Hoje, fiquei refletindo sobre este tema: ser ‘um homem de palavra’. Estes valores da palavra são hoje cada vez mais raros. Quem não tem pode ser considerado um ‘farsante’ – mas a sociedade não o marginaliza como antigamente. Não falo só dos políticos, em que se banalizou a aceitação da promessa eleitoral não serem cumpridas, sempre com uma desculpa ‘na ponta da língua’ e um encolher de ombros dos eleitores, falo também, de alguns homens de bem, que a cada dia decepciona a sociedade.
Quando
menino lembro uma vez meu pai falando deste assunto: «Sabe de uma coisa? A
minha assinatura pode ser falsificada, mas a minha palavra nunca!». Registei
aquela frase antes nunca ouvida e, tendo sido educado neste contexto de
‘palavra de honra’, este assunto voltou ao meu consciente e tocou-me de forma
profunda, o certo era que a sua palavra era mesmo ‘lei’.Hoje, fiquei refletindo sobre este tema: ser ‘um homem de palavra’. Estes valores da palavra são hoje cada vez mais raros. Quem não tem pode ser considerado um ‘farsante’ – mas a sociedade não o marginaliza como antigamente. Não falo só dos políticos, em que se banalizou a aceitação da promessa eleitoral não serem cumpridas, sempre com uma desculpa ‘na ponta da língua’ e um encolher de ombros dos eleitores, falo também, de alguns homens de bem, que a cada dia decepciona a sociedade.
Um homem de palavra transmite confiança. Isto não se pede, não se dá e nem se compra. Ao longo de sua vida, ou de sua carreira política, este homem conquista a confiança dos seus correligionários e companheiros de partido. Gostaria de colocar para os leitores, que a moeda que move a política é a palavra, são suas ações que vão se formando seu capital político, não os votos conquistas, estes são a representação do seu patrimônio político, que é a sua palavra, e uma vez perdida, dificilmente pode ser recuperada.
Confiar é saber que se pode contar com uma pessoa, que se pode acreditar e depositar fé e esperança nela. Por isso, para merecer a confiança de alguém, é preciso saber honrar a própria palavra e os compromissos firmados. Cada vez que um compromisso ou palavra são quebrados, quebra-se também a confiança. E com ela o homem.
Padre
Carlos
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