sábado, 8 de junho de 2019

ARTIGO | Quanto mais amamos, nos tornamos mais humanos. (Padre Carlos)




Quanto mais amamos, nos tornamos mais humanos.


            Dedicar à vida a alguém é sentir por essa pessoa um amor muito grande, seja esse amor por um filho, um companheiro, um amigo, ou outra pessoa que, para nós, por qualquer motivo, é especial. O que verdadeiramente poderia ser mais importante nos meus sentimentos, do que me sentir especial para alguém. Infelizmente, algumas pessoas não têm a felicidade de se sentirem assim e passam pela vida sem essa felicidade. Outras passam a vida inteira sentindo-se únicas para muitas pessoas – primeiro, para os pais; depois, para um professor ou para um colega; mais tarde, para um amigo, para uma pessoa amada, para os filhos, para os avós… São pessoas especiais, capazes de reunir outros à sua volta, de atrair pelas qualidades, pelo sorriso, pela generosidade, pela gratidão, pelo dom da alegria que irradiam. Penso que todos conhecemos pessoas assim, que todos identificamos pela simpatia. Nos sentimos como se ela fosse o sol, ou referencia de felicidade. Um carisma tão grande que passamos a depender da atenção desta pessoa. 
         
   As pessoas procuram a felicidade assim como as mariposas procuram a luz. Todo mundo quer ser feliz e tudo o que fazemos é para encontrar a felicidade. Por isso, quando você transborda felicidade e alegria, as pessoas simplesmente querem estar perto de você, de alguma maneira, simplesmente porque querem compartilhar da sua alegria.
            Mas, na realidade, não é preciso ser verdadeiramente singular e especial para se ser único. Cada um de nós é, à sua maneira, especial. Sim, todos nós somos especiais de algum modo, mas não é neste sentido que estamos falando. Por incrível que pareça, existem traços que são capazes de fazer de você um ser humano se não único, no mínimo raro. Interessante, não? E apenas depende de cada pessoa, sozinha no seu silêncio, fazer com que os outros vejam as suas qualidades, as reconheçam e as valorizem.
            Fazer algo «exclusivo, dedicado», simplesmente para alguém, é a maior dedicatória que se pode oferecer, é como dizer que se fez ou pensou algo apenas por essa pessoa, individualizando-a de todas as outras.
Uma pessoa pode amar demais e não ser retribuída, como não ter amor nenhum e ser muito amada. Não há essa necessidade de reciprocidade. Amar não garante ser amado. Mesmo assim, amar aumenta a possibilidade de ser amado, sem a menor dúvida. Contudo, não garante, mesmo que se seja amado em retribuição, que esse amor seja devotado exclusivamente à pessoa que ama. É impossível amar a quem se resolva que se quer amar se o amor não surgir espontaneamente, com também é impossível deixar de amar a que se quer deixar de amar.
            Desta forma, valorizar os outros e se sentir valorizado é uma das sensações mais importantes para consolidar a nossa personalidade e garantir a estrutura para que possamos encarar os problemas que diariamente enfrentamos. 
Temos que ter clareza que não adianta querer esquecer a quem se ama porque tal pessoa não ama em retribuição. O amor é como uma droga, e você está vivendo uma crise de abstinência, pois lhe negam a sua dose diária.       Quando estamos apaixonados, nosso organismo produz substâncias como a dopamina (o hormônio do prazer) e a oxitocina (o hormônio do apego). A paixão, principalmente na fase inicial, gera comportamentos que lembram muito a conduta que observamos nas pessoas viciadas em alguma substancia toxica. Trata-se de uma dependência poderosa, com reflexos no cérebro.
Alguns homens mudam radicalmente depois que a mulher se separa dele e passa a assumir um comportamento violento diante da rejeição. Assim, o aumento significativo da violência e os crimes bárbaro contra a mulher. vem chamado a atenção dos profissionais de saúde devido a motivação, que na maioria das vezes estão relacionados a separação. Precisamos trabalhar estas perdas, para que elas não se transforme em uma patologia. Desta forma, estas rejeições amorosas precisam ser absolvidas de forma menos dolorosas.
        
    O melhor é continuar amando mesmo sem retribuição e mesmo que esse amor não se expresse em nenhum relacionamento amoroso. Com o tempo, você vai se reconciliando e vai ficando no lugar desta paixão, lindas lembranças. Amar sem ser amado não é problema nenhum e é inteiramente possível de se conduzir sem sofrimento. Amar é tolerância e concessão. Não é receber, é dar, desejando o bem ao outro. É superar adversidades. É viver com intensidade e saber lidar com a ausência do outro. 
Quanto mais amamos, nos tornamos mais humanos.
Padre Carlos.


Um comentário:

Unknown disse...

Belas mesagens muitas bonitas👏🙏

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